Por juliana.stefanelli

Pequim (China) - Um homem em uma cadeira de rodas detonou neste sábado uma bomba, aparentemente de fabricação caseira, no Terminal 3 do aeroporto de Pequim (China), deixando apenas o próprio autor do ataque ferido, informou a televisão estatal "CFTV".

A explosão, que segundo a agência oficial "Xinhua" causou um forte estrondo, aconteceu por volta das 18h24 locais (7h24 de Brasília) na área mais moderna do aeroporto, aberta em 2008 devido ao aumento de voos surgido com a realização dos Jogos Olímpicos. O homem, chamado Ji Zhongxing e natural da província de Shandong, começou a gritar na zona de segurança do aeroporto, e quando soldados se aproximaram ele detonou a bomba, relataram testemunhas.

Homem de cadeira de rodas gritava quando soltou a bomba no aeroportoEFE

Fotos do homem com os braços para o alto, tentando chamar a atenção dos passageiros que passavam pelo local, e imagens posteriores à explosão, com a zona do atentado coberta de fumaça, foram divulgadas amplamente nas redes sociais chinesas, especialmente a Sina Weibo, similar ao Twitter. Segundo a polícia, o homem está se recuperando dos ferimentos em um hospital de Pequim e fabricou o explosivo com fogos de artifício que podem ser adquiridos em lojas do ramo.

A explosão provocou o fechamento temporário de algumas áreas do aeroporto. Ji é autor de um blog no qual mostra ferimentos que teriam sido causados por um espancamento e acusa as autoridades de não o ajudarem com seus problemas econômicos e de saúde.

Também foi divulgado nas redes sociais chinesas uma suposta carta de Ji na qual ele se queixa de ter ficado paralisado após ter sido agredido por uma força de segurança do país conhecida como "chengguan", conhecida por ter protagonizado violentas agressões a cidadãos. Nesta semana, a morte no centro da China de um vendedor de melancias em um distúrbio com a "chengguan" causou revolta da opinião pública.

No passado, ocorreram na China ataques em zonas públicas por parte de trabalhadores que perderam o emprego, pessoas desesperadas por problemas de saúde e situações similares, embora nunca tenha acontecido em um lugar com tanta segurança e o enorme fluxo de pessoas como o aeroporto de Pequim.

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