Por bferreira

Rio - Alvo de protestos e ações judiciais por parte de sindicatos da categoria, o programa federal Mais Médicos recebeu apoio de peso ontem. Braço da OMS, a Organização Mundial da Saúde para as Américas divulgou nota em que apoia o programa do governo federal para diminuir o déficit de médicos no interior e que países que adotaram projetos semelhantes já colhem bons resultados.

“As medidas de levar médicos, em curto prazo, para comunidades afastadas e de criar, em médio prazo, novas faculdades de medicina e ampliar a matrícula de estudantes de regiões mais deficientes [...]são corretas, pois países que têm os mesmos problemas e preocupações do Brasil estão colhendo resultados da implementação dessas medidas”, diz o texto.

A proposta de ampliação dos cursos de medicina, que agora pode ser revista pelo governo, também é defendida. “A longo prazo, a prática dos graduandos em medicina, por dois anos no sistema público, deve garantir maior equidade no SUS.”

O posicionamento da organização ocorre em meio a diversas críticas de entidades médicas sobre o programa, lançado há pouco mais de duas semanas pela presidenta Dilma Rousseff em resposta às manifestações das ruas.

Na quarta-feira, a Associação Médica Brasileira apresentou, no Supremo, a terceira ação judicial pela anulação do projeto — uma foi apresentada pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) e outra, pelo Conselho Federal de Medicina, CFM. A Advocacia-Geral da União já montou um grupo de trabalho para identificar ações judiciais e defender a manutenção da proposta.

Número de vagas sai hoje

Com o encerramento ontem à meia-noite das inscrições no programa, o Ministério da Saúde divulgará hoje o total de vagas existentes em cada cidade que registrou interesse de receber médicos. Os profissionais brasileiros inscritos no programa terão até domingo para escolher as cidades em que gostariam de atuar. Os médicos receberão bolsas de R$ 10 mil.

Até as 20h de quarta-feira, 3.011 municípios já haviam se habilitado. No dia 1º de agosto, o governo divulgará a lista de profissionais brasileiros selecionados. As vagas que não forem preenchidas por brasileiros serão oferecidas aos médicos do exterior que se inscreveram.

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