Por adriano.araujo

Cidade do Vaticano - Recém nomeado pelo Papa Francisco como Secretário de Estado do Vaticano, o italiano Pietro Parolin, 58 anos, admitiu, em entrevista publicada no jornal ‘El Universal’, que o celibato entre os integrantes da Igreja Católica será em breve discutido pela Santa Sé. “O celibato não é um dogma da Igreja e pode ser discutido porque é uma tradição eclesiástica”, declarou Parolin, designado em 31 de agosto para o posto de ‘número 2’ do Vaticano.

“É preciso levar em conta o momento de se adotar decisões, os critérios (a vontade de Deus, história da Igreja), assim como a abertura aos sinais dos tempos”, afirmou o religioso, que ainda ocupa a posição de núncio da Venezuela, mas que viajará a Roma nos próximos dias para ocupar formalmente a cadeira de Secretário de Estado do Vaticano. Seu novo cargo é o de uma espécie de ‘vice-Papa’: cobre todas as atividades da adminstração da Igreja.

Papa Francisco escolheu seu novo número 2 no dia 31 de agosto Agência EFE

Ainda na entrevista, Parolin disse que o debate sobre o celibato é um ‘desafio’ para Francisco. “O esforço que a Igreja fez para instituir o celibato eclesiástico deve ser considerado. Não se pode dizer, simplesmente, que pertence ao passado. É um grande desafio para o Papa, e todas essas decisões devem ser assumidas como uma forma de unir a Igreja, não de dividi-la”, acrescentou.

O novo ‘número 2’ considera que as mudanças no Vaticano, promovidas pelo Papa, podem ser alcançadas com um “espírito democrático” e “uma condução colegiada da Igreja onde todas as instâncias podem se expressar.” “Sempre foi dito que a Igreja não é uma democracia. Mas é bom, atualmente, que haja um espírito mais democrático no sentido de escutar atentamente”, afirmou o substituto do cardeal Tarcisio Bertone, cuja gestão de muitos anos como Secretário de Estado foi marcada por escândalos financeiros.

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