Por clarissa.sardenberg
Tailândia - Manifestantes tailandeses voltaram às ruas de Bangcoc nesta segunda-feira para protestar contra a primeira-ministra da Tailândia Yingluck Shinawatra, entrando novamente em confronto com as forças de segurança. A primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, disse nesta segunda estar disposta a "abrir todas as portas" em busca de uma solução pacífica para a crise política no país, mas a polícia usou balas de borracha contra manifestantes que tomaram as ruas da capital pedindo a queda do governo. 
Mulher precisou sair carregada por médicos do local da manifestaçãoReuters

Ao menos 55 pessoas foram hospitalizadas devido ao uso de gás lacrimogênio por parte da polícia. Após usar o gás neste domingo para dispersar quem participava do protesto, a polícia intensificou a reação nesta segunda. "Estamos alternando entre o uso de canhões de água, gás lacrimogêneo e balas de borracha. Balas de borracha estão sendo usadas apenas em uma área, na ponto próxima à sede do governo", disse o chefe do Conselho Nacional de Segurança, Paradorn Pattanathabutr.

Três pessoas foram mortas a tiros neste fim de semana, incluindo dois apoiadores do governo que estavam em um protesto no leste de Bangcoc e um estudante de universidade próxima. Uma quarta pessoa foi encontrada morta em um ônibus queimado nas proximidades, disse a polícia.

A premiê afirmou, em coletiva de imprensa, que a polícia não usaria a força contra os manifestantes. Depois, no entanto, o chefe de segurança nacional disse que balas de borracha estavam sendo usadas, à medida que os manifestantes ameaçavam avançar sobre o gabinete de Yingluck, ponto central das manifestações desde o fim de semana.

A violência é o último ingrediente em um conflito que opõe a classe média e a elite real de Bangcoc contra os mais pobres e camponeses que apoiam Yingluck e seu irmão, Thaksin Shinawatra, um ex-premiê populista deposto por um golpe militar em 2006 que vive em auto-exílio.

Manifestantes conseguiram ocupar pelo menos a primeira barreira de concreto usada pelas autoridades para proteger a sede do governo, no coração de Bangcoc.

Um líder dos protestos, Suthep Thaugsuban, reuniu-se com Yingluck neste domingo, mas insistiu que não haveria negociação para dar fim à pior crise política desde 2010.

"Eu disse a Yingluck que se a polícia abaixar suas armas, nós vamos saudá-los, já que são também tailandeses", disse ele a seus apoiadores após o encontro. "Eu disse a Yingluck que esta foi nossa única reunião e que não vamos nos encontrar novamente até que o povo vença."

Ao menos 55 pessoas foram hospitalizadas devido ao gás lacrimogênio usado pela políciaReuters