Por joyce.caetano
Ucrânia - Manifestantes bloquearam o principal edifício do governo nesta segunda-feira, tentando forçar com uma greve geral o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, a deixar o cargo, depois que centenas de milhares de pessoas protestaram contra sua decisão de abandonar um pacto de integração do país com a União Europeia.
Manifestações no sábado e no domingo, nas quais houve confrontos violentos com a polícia, atraíram cerca de 350 mil pessoas, no maior protesto público no ex-Estado soviético desde a chamada "Revolução Laranja" contra irregularidades políticas e fraude eleitoral nove anos atrás.
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O primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, acusou a oposição de planejar a tomada do Parlamento, enquanto Yanukovich apelava por calma, dizendo que os protestos têm de ser pacíficos e de acordo com a lei.
"Qualquer paz é melhor do que uma guerra boa", afirmou Yanukovich em sua primeira declaração sobre a agitação no fim de semana. "Todo mundo tem de respeitar as leis de nosso Estado."
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No entanto, num indício de que considera as condições de segurança sob controle, Yanukovich anunciou que manterá seus planos de viajar na terça-feira para a China, onde buscará empréstimos e investimentos para evitar uma crise de dívida.
Sua decisão de abandonar um pacto comercial com a União Europeia e, em vez disso, buscar relações mais estreitas com a Rússia desencadeou fortes paixões em um país onde a maioria das pessoas sonha em se unir à tendência da maioria na Europa e escapar da órbita de Moscou.
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A agitação decorrente dessa decisão abalou os mercados financeiros da Ucrânia, evidenciando o frágil estado de sua economia.
O banco central do país foi forçado a intervir para sustentar a moeda local, a hryvnia, e ameaçou tomar mais medidas, numa amostra da vulnerabilidade da Ucrânia num momento em que busca para o ano que vem mais de 17 bilhões de dólares para pagar as despesas com gás e o custeio da dívida