Por paulo.gomes
Suécia - Após 23 anos internado num estabelecimento penal psiquiátrico, o homem que um dia foi considerado o maior assassino em série da Suécia e hoje é tratado como um mentiroso compulsivo será libertado em poucas semanas. Condenado por oito homicídios, Sture Bergwall, de 63 anos, diz ter matado mais de 30 pessoas entre 1964 e 1993. No entanto, não há nada que o ligue aos assassinatos - a não ser suas confissões, obtidas em longas sessões psiquiátricas com direito a doses cavalares de remédios.
Sture Bergwall%2C de 63 anos%2C tem problemas com a Justiça desde a década de 1970Reprodução Internet

Seus problemas com a Justiça começaram em 1970, quando foi condenado a tratamento psiquiátrico por abusar de quatro jovens e tentar estrangular outro no hospital onde trabalhava. Dois anos depois, pouco antes de ser libertado, confessou ser o responsável pela morte de uma criança desaparecida havia 13 anos.

Instigado pelos psicólogos e encantado pela súbita fama, Bergwall começou a série de mentiras que o transformaram num monstro descrito pela mídia como sanguinário.
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Diagnosticado como portador de um grave distúrbio mental, condição que os médicos consideraram a explicação para tantas informações que não batiam com as cenas dos crimes que dizia cometer, Bergwall tornou-se um grande símbolo da fragilidade do sistema judicial sueco.
A partir de 2010, seu caso foi revisto e, uma a uma, as condenações foram retiradas. Em outubro do ano passado, um novo laudo constatou seu transtorno mental, mas o considerou aptou a viver em sociedade.