Por paulo.gomes
Cairo (Egito) - Pelo menos quatro pessoas morreram nesta sexta-feira e outras 73 ficaram feridas após a detonação de um carro carregado com explosivos em frente à Direção Geral de Segurança no Cairo, a capital do Egito. O porta-voz do Ministério da Saúde egípcio, Ahmed Kamel, que classificou o ataque como um "atentado terrorista", disse que o incidente aconteceu às 6h50 locais (2h50 de Brasília), e que 35 ambulâncias se deslocaram para o local para levar os feridos para os hospitais mais próximos.
Policiais observam um buraco aberto no asfalto por conta da explosão em frente à Direção Geral de Segurança no CairoEfe

O atentado aconteceu com um carro-bomba conduzido por um suicida que circulava pela rua Port Said, disse à Agência Efe uma fonte do Ministério do Interior. Os restos mortais do suicida já estão sendo analisados para identificar o autor do ataque, acrescentou a fonte. A explosão também causou vários danos materiais, como a destruição de vários andares do edifício do Tribunal do Sul do Cairo e do Museu de Arte Islâmica.

Novo atentado perto da estação de metrô
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Mais tarde, pelo menos uma pessoa morreu e 15 ficaram feridas, entre elas três policiais, após uma explosão perto de uma estação de metrô no distrito de Dokhi, também no Cairo, enquanto outro atentado na província de Guiza não causou vítimas. Segundo informações, desconhecidos lançaram três artefatos de fabricação caseira contra um veículo da polícia estacionado em frente à estação de metrô de Al Behuz. A televisão estatal, no entanto, afirmou que apenas uma bomba foi detonada. A ação aconteceu às 9h15 locais (5h15 de Brasília), apenas duas horas após outro atentado cometido na capital egípcia.
População egípcia confere os danos no Museu IslâmicoEfe

No atentado de Dokhi, os três artefatos explosivos foram lançados diretamente contra o veículo policial, o que provocou a morte de um oficial das forças de segurança. Os feridos são em sua maioria passageiros de um microônibus que circulava pelo lugar no momento da explosão, explicou a fonte de segurança. No ataque contra uma delegacia em Talbiya, na província de Guiza, que não causou mortos nem feridos, um grupo lançou um explosivo no local.

Na primeira reação oficial, o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, qualificou os fatos de "terroristas e covardes". Além disso, disse que as ações têm a intenção de evitar que o povo egípcio comemore amanhã o terceiro aniversário da revolução de 25 de janeiro de 2011. O ministro afirmou que "milhões de pessoas sairão às ruas, assim como fizeram durante o referendo (constitucional)", realizado nos dias 14 e 15 de janeiro. Amanhã será o terceiro aniversário da revolução que derrubou o presidente Hosni Mubarak e as autoridades egípcias iniciaram um plano de emergência e de segurança.
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Os ataques contra as forças de segurança aumentaram no Egito desde o golpe militar contra o presidente islamita, Mohammed Mursi, em julho do ano passado e a posterior perseguição de seus seguidores da Irmandade Muçulmana. Na última quinta-feira, pelo menos cinco policiais morreram, entre eles três sargentos, e dois ficaram feridos em um ataque armado contra um posto de controle na província de Beni Suef, no sul do Egito.