Por bferreira

Holanda - Prefeitos de 35 cidades da Holanda se reuniram para pedir que o governo federal autorize o plantio de maconha legalizado em seus municípios. A legislação em vigor no país europeu atualmente permite a venda da droga em lojas especializadas (as famosas ‘coffee-shops’), mas proíbe o cultivo da erva. Em manifesto divulgado na semana passada, os líderes de cidades como a capital, Amsterdã, além de Roterdã e Utrecht, entre outras, alegam que este veto ao cultivo leva os comerciantes a procurarem o tráfico para garantir o abastecimento.

Numa coffee-shop da Holanda%2C cliente escolhe tipo e quantidade de maconha. País permite a venda nestas lojas%2C mas não o cultivo da ervaiStockphoto

Isto, segundo os donos dos estabelecimentos, favorece o crescimento do crime organizado e da violência, e ainda faz a polícia “perder tempo” combatendo plantações ilegais.

CRISE DIPLOMÁTICA

Até ontem, porém, o governo da Holanda dava sinais de que não colocaria o pedido em pauta. “Concordamos com a luta contra o crime e o tráfico de drogas, mas não com o instrumento que deve ser usado”, afirmou o ministro de Segurança e Justiça, Ivo Opstelten. Para ele, mudar a legislação para permitir o plantio da erva poderia levar a uma crise diplomática com países vizinhos, “já que a maconha cultivada na Holanda poderia ser levada para outras nações, onde o uso ainda é proibido.”

Em outros países, aos poucos a droga começa a ser liberada também. Nos Estados Unidos, por exemplo, estabelecimentos legalizados que vendem maconha para uso recreativo foram abertos no mês passado no Estado do Colorado. O Estado de Washington será o próximo a, em breve, ter lojas parecidas com as ‘coffee-shops’ holandesas. O uso medicinal da droga já foi legalizado em 19 estados norte-americanos.

O Uruguai, em dezembro, tornou-se o primeiro país a legalizar totalmente o consumo da maconha. A Espanha também tem utilização legalizada, mas desde que não haja lucro, ou seja, a venda é proibida: os usuários pagam uma taxa mensal a uma associação, que lhes fornece quantidade limitada da droga por mês.

Em pelo menos mais três países a maconha pode ser usada, mas apenas para fins medicinais: Canadá, Israel e República Tcheca.

Cachimbos de crack à venda

Na cidade de Vancouver, no Canadá, uma ONG instalou nas ruas máquinas para vender cachimbos de crack. O objetivo é inibir casos de HIV e hepatite entre usuários que compartilham os objetos. Os equipamentos — parecidos com os que vendem latas de refrigerante — são operados por um centro de tratamento de dependentes de drogas. Os cachimbos vêm embalados e custam R$ 0,54 cada um.

Segundo integrantes da ONG, é comum usuários cortarem os lábios em cachimbos, o que aumenta riscos de transmissão de doenças.

O ministro da Defesa canadense, Steve Blaney, disse que o governo não apoia o programa. “O uso de drogas prejudica a saúde dos indivíduos e a segurança de nossas comunidades. Enquanto Liberais prefeririam que os médicos distribuíssem heroína e agulhas, este governo apoia o tratamento que acaba com o uso de drogas, incluindo o acesso limitado a instrumentos por jovens.”

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