Ucrânia - Pelo menos 20 homens vestindo o uniforme da frota russa do Mar Negro e armados com rifles cercaram um posto de fronteira da Ucrânia nesta sexta-feira, perto da cidade portuária de Sebastopol, na região ucraniana da Criméia. Um repórter da Reuters no distrito de Balaclava viu policiais de fronteira ucranianos com capacetes e equipamentos de choque dentro do posto, com o portão de metal fechado e escudos posicionados para proteger as janelas.
Um militar que se identificou como um oficial da frota do Mar Negro disse à Reuters: "Estamos aqui para que não haja uma repetição de Maidan". Ele se referia à Praça da Independência de Kiev, o centro da revolta popular que derrubou o presidente Viktor Yanukovich.
A presença dos militares parece confirmar a declaração do serviço ucraniano de vigilância das fronteiras de que militares russos cercavam um posto em Balaclava. A frota russa do Mar Negro tem uma base em Sebastopol, mas Moscou nega que suas forças estejam envolvidas nos últimos eventos na Criméia, quando homens armados tomaram o controle de dois aeroportos no início desta sexta-feira.
A Rússia diz que não violou um acordo sobre o movimento de seus militares na região. Yanukovich deu uma entrevista à imprensa nesta sexta-feira na Rússia e disse que não buscou uma intervenção militar russa na Ucrânia depois da sua queda no sábado passado.
"Acho que qualquer ação militar nessa situação é inaceitável", afirmou ele. "Não tenho planos de pedir apoio militar." Ele declarou que a Criméia, única região na Ucrânia com uma maioria étnica russa, deve permanecer parte do país.
Alguns russos na região querem que a Rússia retome a Criméia, dada à Ucrânia em 1954 pelo líder soviético Nikita Khrushchev.