Caracas - A procuradora estatal da Venezuela disse nesta quinta-feira que o número de mortos em um mês de protestos violentos no país subiu para 28, enquanto o tribunal superior ordenou que prefeitos da oposição desmantelem barricadas feitas por manifestantes nas ruas.
A procuradora Luisa Ortega Díaz falou nos bastidores do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra que 1.293 detentos foram libertados e 104 permaneciam sob custódia, acusados de crimes graves durante as manifestações antigovernamentais.
"Precisamos garantir que não haja impunidade e deve ser feita uma investigação completa para determinar se as pessoas detidas são autoras desses homicídios", disse ela.
O presidente Nicolás Maduro, um ex-motorista de ônibus eleito no ano passado para suceder o falecido ex-presidente Hugo Chávez, declarou vitória sobre uma tentativa de "golpe" e não parece sob risco de ser deposto.
Os manifestantes, alguns dos quais juraram permanecer nas ruas até que ele deixe o poder, estão exigindo mudanças políticas e o fim da alta inflação, das taxas de criminalidade e da escassez de produtos básicos, como leite, farinha e óleo de cozinha nas lojas.
Três disparos fatais na quarta-feira no Estado central de Carabobo foram as últimas mortes registradas nos confrontos diários entre oponentes de Maduro, seus apoiadores e membros das forças de segurança. Mais de 300 pessoas ficaram feridas nos protestos.