Rio - Pânico de escuro, altura ou lugar fechado. Para muitas pessoas, ‘fobia’ se resume a essas três modalidades. Mas a lista cresceu e ganhou itens inusitados, como medo de palhaço (Coulrofobia), de sabores (Geumafobia) e até de mulher bonita (Caliginefobia). Especialistas afirmam que as ‘novas fobias’ não são comprovadas cientificamente, mas podem acontecer.
“Desde que exista um objeto ou situação, é possível desenvolver o medo”, avalia a psiquiatra da Santa Casa de Misericórdia do Rio, Isabela Melca.
De acordo com Antônio Egídio Nardi, professor de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a fobia específica se manifesta como um medo exagerado de algo que não traz perigo ou que oferece ameaça mínima. “Medo é a reação normal que previne do perigo, mas a fobia nos limita”.
Entre as fobias específicas, ele explica que as clinicamente reconhecidas são: medo de sangue e agulha; trovoada e relâmpago — inclusive entre adultos; além de medo de animais, como insetos, cobras e até pombos. Nardi lembra ainda a agorafobia, que é o medo de passar mal de repente e não ser socorrido por ninguém, o que deixa a pessoa temerosa em sair de casa.
A funcionária pública Suely Nardi, 55 anos, não chega perto de baratas desde a infância. Ela conta que ‘herdou’ o medo da mãe e que nunca conseguiu matar o inseto. “Sei que não há perigo na barata. É algo inconsciente”, reconhece.
Palpitação, suor, tontura e sensação de desmaio são os sinais físicos que surgem, muitas vezes, só de pensar na situação da fobia. O tratamento inclui terapia cognitivo comportamental e, em alguns casos, uso de medicamento. “Eventos traumáticos na infância, junto com fatores genéticos, podem ser a origem da fobia”, explica a psiquiatra Katia Mecler.
Curso para controlar medo de avião
Cerca de 40% dos brasileiros têm medo de viajar de avião, segundo o Ibope. Para ajudar os futuros passageiros a superar o sentimento, a companhia Gol oferece cursos práticos, conduzidos por uma psicóloga. Primeiramente, eles aprendem a controlar a ansiedade, com técnicas de respiração. Depois, têm a oportunidade de ‘bombardear’ o piloto da empresa com todo tipo de pergunta (“Turbulência derruba avião?”, por exemplo) e de fazer uma visita a todos os espaços de um Boeing. O curso termina com um voo entre São Paulo e Rio de Janeiro. Mas o preço é de dar medo: R$ 3,8mil