Por clarissa.sardenberg

O presidente interino da Ucrânia, Alexadr Turchinov, anunciou nesta terça-feira o início de uma operação antiterrorista na região de Donetsk, no sudeste do país, onde manifestantes pró-russos ocupam edifícios administrativos e delegacias policiais em várias cidades.

"Na madrugada de hoje, no norte da região de Donetsk, foi iniciada uma operação antiterrorista", disse Turchinov ao abrir a sessão plenária da Rada Suprema, o parlamento ucraniano.

De acordo com o presidente interino ucraniano, a operação será articulada "por períodos, de maneira ponderada e responsável".

"O objetivo destas ações, volto a sublinhá-lo, é defender os cidadãos da Ucrânia, frear o terror e as tentativas de desmembrar o país", acrescentou.

Manifestantes pró-Rússia ocupam prédio em Donetsk, na UcrâniaReuters

No entanto, Turchinov, que também presidente a Rada, não ofereceu mais detalhes aos deputados sobre a operação antiterrorista.

O governo tinha dado prazo até a manhã desta segunda-feira para que os manifestantes pró-russos depusessem as armas e desalojassem os edifícios administrativos que mantêm ocupados, dando garantias aos ativistas que os mesmos não seriam perseguidos judicialmente caso eles acatassem o requerimento das autoridades.

Porém, assim como o esperado, esse ultimato foi rejeitado pelos pró-russos, que negam a reconhecer as autoridades de Kiev.

No último domingo, em mensagem ao país, Turchinov anunciou que o Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia daria início a uma "operação antiterrorista de envergadura, com o emprego das forças armadas", para restabelecer a ordem nas regiões orientais de maioria russoparlante do país.

Na ocasião, Turchinov advertiu que o "governo da Ucrânia não permitirá a repetição do roteiro da Crimeia nas regiões orientais (leste) da Ucrânia", em alusão à recente anexação dessa região ucraniana pela Federação da Rússia.

Segundo Turchinov, as autoridades ucranianas fizeram de tudo para evitar o derramamento de sangue, mas, "com armas na mão", estão dispostos a rejeitar as tentativas de invasão e desestabilização, assim como as ações terroristas.

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