Por karilayn.areias

Rio - O presidente sírio, Bashar Assad, declarou nesta segunda-feira anistia geral para os presos no país, informou a mídia estatal. Não ficou claro quantos - e se algum - prisioneiro seria libertado após o decreto presidencial, publicado apenas cinco dias depois de Assad ganhar as eleições pela terceira vez em um país que vive guerra civil.

A agência de notícias oficial SANA não informou se a anistia seria aplicada às dezenas de milhares de ativistas anti-governo, manifestantes, apoiadores da oposição e seus familiares. Presos sem acusação formal ou que permanecem em cárcere sem processo não foram incluídas. No entanto, o relatório sugeriu que o decreto reduziria as sentenças dos presos sem, porém, libertá-los.

O decreto parece cobrir, pelo menos, alguns dos que pegaram em armas contra o governo, incluindo combatentes estrangeiros, de acordo com SANA. Eles não serão processados caso "rendam-se às autoridades no prazo de um mês após a emissão do decreto", disse o relatório.

Em entrevista à Associated Press, o deputado sírio Issam Khalil chama o decreto de "um presente do presidente depois que ele foi eleito para mais um mandato."

A anistia inclui aqueles que apoiaram a oposição armada, disse Khalil. O governo rotineiramente se refere aos rebeldes como terroristas. "Todos aqueles que cometeram erros contra a sua pátria se beneficiarão", disse Khalil. "Isso vai permitir que eles voltem para suas vidas normais."

O pró-governo Al Ikhbariya citou o ministro da Justiça enquanto dizia que o decreto presidencial foi emitida no "contexto de tolerância social e unidade nacional", durante sua entrevista à televisão da Síria. A revolta pacífica que começou contra o regime de Assad se transformou em um conflito armado e mais tarde em guerra civil. Mais de 160 mil foram mortos.

Também nesta segunda, ativistas disseram que os combates entre grupos jihadistas rivais no leste de uma província rica em petróleo na fronteira síria com o Iraque mataram pelo menos 45 combatentes em dois dias.

O Observatório Sírio-Grã-Bretanha para os Direitos Humanos informou que a luta interna irrompeu no leste da província de Deir el-Zour no domingo e continuou até segunda, colocando a Frente Nusra contra o grupo dissidente Estado Islâmico do Iraque e a Levante. O Observatório afirma que um mês de disputas internas no Dier el-Zour já matou cerca de 300 combatentes e deslocou 100 mil civis. Essa luta interna enfraqueceu a oposição síria que lutava para derrubar Assad.

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