Por bferreira

Sudão - A médica sudanesa condenada à morte por se converter ao cristianismo e supostamente renunciar à fé muçulmana foi libertada ontem pelo Tribunal de Apelação de Cartum. Presa em 2013, Mariam Ibrahim Ishaq, de 27 anos, foi sentenciada a morrer na forca no dia 15 de maio por renunciar à religião muçulmana. O advogado do caso, Mohamed Ibrahim, confirmou que a Corte aceitou o recurso contra a pena de morte e decidiu pela libertação imediata da mulher.

Ibrahim foi encarcerada em agosto do ano passado com seu filho de um ano e meio. Durante o tempo que passou na prisão, ela deu à luz segundo filho. A Justiça do Sudão concedeu o adiamento da execução da pena por dois anos para que ela amamentasse o bebê.

Filha de mãe cristã e pai muçulmano, a jovem foi condenada por sua suposta conversão ao cristianismo, fato que negou diante do tribunal ao garantir que nunca professou o islã porque foi educada por sua mãe. A tradição islâmica determina que os descendentes de varões muçulmanos automaticamente devem ser seguidores desta religião.

Na época, o juiz também a condenou por adultério, pois considerou nulo seu casamento com Daniel Wani, já que as leis islâmicas não permitem que uma mulher muçulmana se case com um cristão. A Anistia Internacional alertou sobre o caso de Ibrahim, que foi denunciada por um familiar por ter se casado com um cristão.

Após a condenação da médica, embaixadas dos EUA, Canadá, Reino Unido e Holanda pediram ao governo do Sudão que respeitasse “a liberdade religiosa e o direito à mudança de crença’’. A pressão internacional surtiu efeito.

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