Guiné - A Organização Mundial de Saúde, OMS,lançou ontem um alerta mundial para conter o surto do vírus ebola que atinge países do continente africano. A OMS pediu uma ação drástica para combater a mortal epidemia, que já matou 399 pessoas na Guiné, Serra Leoa e Libéria, desde fevereiro, e ameaça espalhar-se a outros países.
Segundo a OMS, a crise já representa o surto mais mortal desde que o vírus emergiu na África em 1976, e o número de infecções continua a crescer. Até o momento, o vírus já infectou 635 pessoas. Além desses, dezenas de novos casos foram registrados nos últimos dias.
Guiné é o mais afetado entre eles. “Este não é mais um surto específico de um país, mas uma crise subregional que requer ação firme de governos e parceiros”, disse Luis Sambo, diretor regional da OMS para a África, em uma comunicado.
O que preocupa especialmente a organização é a possibilidade de o vírus ser transmitido além-fronteiras dos países vizinhos, e chegar a tomar proporções internacionais.
Em resposta à crise, a OMS disse que vai realizar uma reunião especial de ministros da Saúde de 11 países em Acra, Gana, dos dias 2 e 3 de julho, com o intuito desenvolver um amplo plano de resposta entre os países envolvidos.
O ebola têm uma taxa de mortalidade assustadora, acomete até 90% dos infectados, e ainda não possui vacinas ou cura conhecida. A ocorrência do vírus ainda não tinha sido constatada na região do oeste da África.
Na última terça-feira, a OMS tinha feito outro comunicado afirmando que, apesar da gravidade do cenário, estava fazendo tudo o que seria necessário para conter a crise.
“A epidemia não está controlada, e não estará até que a última pessoa infectada tenha passado 42 dias (período de incubação) sem desenvolver a doença”, atestou Chaib.
No mesmo dia, o porta-voz anunciou que a OMS tinha ativado o Goran (Global Alert and Reponse Network) — formado por agências internacionais, governos, universidades, e outras entidades — e solicitou especialistas que possam viajar aos três países para conter o surto. Na segunda-feira, a ONG Médicos Sem Fronteiras havia denunciado que a epidemia seguia sem controle.