Por clarissa.sardenberg

Israel - O primeiro-ministro de Israel telefonou para o pai de um adolescente palestino nesta segunda-feira para prometer que os agressores de seu filho serão processados, disse o governo, em um momento em que a revolta devido à morte do jovem tem motivado protestos de árabes nas ruas.

O corpo queimado de Mohammed Abu Khudair, de apenas 16 anos, foi encontrado em uma floresta de Jerusalém na última semana. Seis judeus foram presos como parte de um episódio que a polícia acredita ter sido uma vingança ao sequestro e assassinato de três jovens judeus.

"Eu gostaria de expressar meu choque e o choque de cidadãos israelenses sobre o desprezível assassinato de seu filho", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao pai do rapaz, Hussein Abu Khudair, de acordo com o comunicado.

"Os assassinatos serão levados a julgamento e processados ao completo alcance da lei", afirmou o líder de direita, um dia após Israel ter anunciado que os seis judeus, que não foram identificados, estava sob custódia policial.

Hussein Abu Khudair não estava imediatamente disponível para comentar sobre o assunto. Outros membros da família, ecoando o presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusaram colonos judeus de extrema direita de matar o adolescente.

A morte do jovem levou a confrontos nas ruas entre palestinos furiosos e a polícia de Israel no leste de Jerusalém, uma violência que se espalhou por cidades e vilas árabes no país.

Os israelenses também ficaram ultrajados pelas mortes de três adolescentes judeus, que desapareceram na Cisjordânia ocupada em 12 de junho. Seus corpos foram encontrados no território na segunda-feira passada.

Israel diz que militantes do Hamas os mataram - uma alegação que o grupo islâmico, que agora trava uma batalha com Israel na fronteira de Gaza - nem negou nem confirmou.

Após os funerais dos jovens na terça-feira, multidões em Jerusalém bloquearam ruas e gritavam "morte aos árabes". Diversas pessoas tentaram atacar árabes que passavam por esses locais.

O presidente de Israel, Shimon Peres, de saída do cargo, e seu sucessor, Reuven Rivlin, prometeram que não haveria favorecimento aos judeus na investigação sobre a morte do palestino.

Alertando que "palavras podem matar", eles também apelaram pelo fim da incitação à violência por ambos os lados.

"O banho de sangue vai terminar apenas quando todos compreendermos que não é nosso infeliz fim vivermos juntos, mas sim nosso destino", disseram Peres e Rivlin.

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