Por clarissa.sardenberg

Ucrânia - O avião militar Hércules enviado pela Holanda para transportar os restos mortais das vítimas do desastre aéreo do voo da Malaysia Airlines decolou nesta quarta-feira do aeroporto de Carcóvia, no leste da Ucrânia. O primeiro voo partiu com 50 corpos dos 298 mortos na tragédia, depois de uma cerimônia simbólica de despedida na pista do aeroporto, com honras militares, reporta a rede CNN.

Após um minuto de silêncio, o vice-primeiro-ministro ucraniano e chefe do gabinete de crise para o desastre aéreo, Vladimir Groisman, fez um breve discurso de despedida das vítimas, no qual culpou mais uma vez os rebeldes apoiados por Moscou de terem disparado o míssil que derrubou o Boeing 777 no último dia 17. Após algumas palavras de representantes da Holanda – país com maior número de vítimas no desastre – e Austrália, os militares ucranianos carregaram quatro caixões em seus ombros e os levaram para o centro da pista, onde esperava o Hércules de transporte para partir rumo à Holanda.

Guardas transportam caixões de vítimas, antes de partirem para Holanda, em cerimônia de honra na Malásia Reuters

Os corpos dos passageiros e tripulantes do avião malaio chegaram nesta terça a Carcóvia, cidade controlada pelo governo ucraniano, vindos de Donetsk em um trem com vagões refrigerados, e depois um grupo de especialistas internacionais os preparou para a viagem. Segundo o gabinete de crise, os outros corpos serão enviados à Holanda na próxima sexta-feira, uma vez que os preparativos forem concluídos.

O voo MH17 da Malaysia Airlines, que fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur, caiu na região de Donetsk, em uma área controlada pelos rebeldes pró-russos, após ser atingido por um míssil. Apesar de os insurgentes da autoproclamada República Popular de Donetsk terem garantido que não há mais restos mortais no local do acidente, apenas destroços do Boeing, o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, disse hoje que não há certeza de que todos os corpos das 298 pessoas que estavam no avião malaio foram recuperados. “De acordo com as primeiras inspeções, não temos certeza de quantos corpos temos. É bastante possível que muitos continuem lá, à mercê da interferência e dos estragos do calor e dos animais”, disse Abbott.

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