Por guilherme.souza

Israel - A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou nesta quarta-feira que os ataques do exército israelense contra Gaza poderiam constituir crimes de guerra. "Os exemplos que acabo de mencionar (ataques israelenses contra civis indefesos) mostram que a lei humanitária internacional foi violada até um alcance que poderiam constituir crimes de guerra", assinalou Navi perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que hoje realiza uma sessão especial sobre a incursão israelense.

Operação terrestre iniciada por Israel em Gaza gerou inúmeras vítimasEfe

Ela começou sua declaração lembrando que os ataques israelenses causaram a morte de 600 palestinos — entre eles 147 crianças e 74 mulheres —, 74% dos quais eram civis. Informou ainda que 27 soldados e dois civis israelenses morreram durante estes ataques e destacou que civis e suas casas não devem ser alvos militares. "As casas de civis não são alvos legítimos, a menos que sejam usados ou contribuam para propósitos militares. Em caso de dúvida, as casas de civis não são alvos legítimos". Qualificou como "inaceitável" o lançamento de foguetes de áreas densamente povoadas, como presumivelmente faz o grupo islamita Hamas, "no entanto, a lei internacional é clara: as ações de uma parte não absolvem à outra de sua responsabilidade de respeitar suas obrigações sob a lei internacional". Ela concordou com o argumento israelense de alertar antes de atacar, mas disse que estes avisos devem ser claros, críveis e dar tempo para que as pessoas se protejam.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos destacou morte de crianças inocentesReuters

A alta comissária fez um alerta especial ao alto preço que as crianças pagam, e lembrou o caso de quatro menores que morreram e sete ficaram gravemente feridos quando brincavam na praia. "A indiferença pela lei humanitária internacional é evidente quando bombardeios aéreos e navais atacam diretamente crianças que brincavam e que, obviamente, não estavam participando das hostilidades". Navy reiterou a todas as partes do conflito "Israel, Hamas e outros grupos armados palestinos" que apliquem a lei internacional e deixem de ter como alvo os civis. Ela lembrou que desde 12 de junho Israel deteve mais de 1.200 palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, e que muitos deles foram postos em detenção administrativa. Ou seja, estão presos sem qualquer acusação. "Na Cisjordânia, Israel continua expandindo assentamentos, demolindo casas palestinas, usando excessivamente a força, abusando de forma contínua e violando constantemente os direitos humanos da população"

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