Por clarissa.sardenberg

Estados Unidos - Forças lideradas pelos Estados Unidos tentaram resgatar o jornalista James Foley e outros reféns norte-americanos durante uma missão secreta na Síria, e chegaram a trocar tiros com militantes do Estado Islâmico, apenas para descobrir que os cativos não estavam lá, disseram autoridades.

A missão, autorizada pelo presidente Barack Obama, baseava-se em inteligência coletada pelos EUA, e aconteceu no meio do ano, disseram autoridades. Os detalhes foram revelados um dia após a divulgação de um vídeo que mostrava a decapitação de Foley, que tinha 40 anos.

O governo da Síria negou nesta quinta-feira que tal operação tenha acontecido em seu território, embora não tenha controle em grandes áreas nas quais o Estado Islâmico opera.

Autoridades dos EUA não disseram exatamente a operação aconteceu, mas acrescentaram que não ocorreu nas últimas duas semanas.

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Eles disseram que as forças especiais dos EUA e outros militares, apoiadores por helicópteros e aviões, chegaram a uma zona na Síria e travaram uma batalha contra militantes do Estado Islâmico, os quais diversos foram mortos.

O incidente pareceu ser o primeiro confronto direto entre os EUA e os militantes islâmicos, vistos por Obama como uma crescente ameaça no Oriente Médio.

Lisa Monaco, principal assessora antiterrorismo de Obama, disse em um comunicado que o presidente autorizou a missão porque houve uma avaliação da equipe de segurança nacional de que os reféns estavam em perigo a cada dia.

“O governo dos EUA teve o que se acreditou como inteligência suficiente, e quando a oportunidade se apresentou, o presidente autorizou o Departamento de Defesa a mover-se agressivamente para recuperar nossos cidadãos. Infelizmente, essa missão não foi bem-sucedida porque os reféns não estavam presentes”, disse Monaco.

O Conselho de Segurança Nacional disse, na noite de quarta-feira, que nunca teve a intenção de revelar a operação.

Jornalista americano foi obrigado por terroristas do Estado Islâmico a gravar mensagem pedindo fim da intervenção dos EUA no IraqueReprodução Internet

“Uma grande preocupação pela segurança dos reféns e pela segurança operacional tornaram imperativo que preservássemos o máximo de discrição possível”, disse o Conselho no comunicado.

“Só viemos a público hoje quando ficou claro que diversos veículos de mídia estava preparando reportagens sobre a operação, e que não teríamos escolha a não ser reconhecê-la.”

O governo da Síria negou os relatos da operação.

“Não aconteceu de aviões de guerra norte-americanos terem atacados posições terroristas na Síria, e isso não acontecerá sem o consentimento do governo sírio”, disse o ministro da Informação do país, Omran Zoabi, em comentários publicados na agência síria Sana.

O Estado Islâmico controla cerca de um terço do território no norte e no leste da Síria.

Entre os reféns buscados pela missão estava Steven Sotloff, jornalista norte-americano que foi ameaçado de decapitação no mesmo vídeo que mostrou a execução de Foley. Diversos outros reféns também foram buscados, disse uma autoridade sênior.

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