Por bferreira

Rússia - O presidente russo Vladimir Putin pediu ontem negociações imediatas sobre a “soberania” do Sul e do Leste da Ucrânia. Mesmo assim, o seu porta-voz afirmou que isso não significa que Moscou agora aprova as exigências dos rebeldes por uma independência do território que eles controlam.

As declarações do líder do Kremlin, dois dias após aparição pública na qual ele comparou o governo de Kiev com os nazistas e advertiu o Ocidente para não “mexer com a gente”, veio em um momento em que a Europa e os Estados Unidos preparam possíveis novas sanções para impedir o que eles dizem ser um envolvimento militar direto da Rússia na guerra na Ucrânia.

No primeiro ataque naval do conflito que já dura quatro meses, os separatistas dispararam contra um navio ucraniano no Mar Azov, neste domingo. Um porta-voz militar ucraniano disse que uma operação de resgate estava em andamento, após o ataque de artilharia disparado da costa.

Tropas ucranianas e residentes locais estavam neste domingo reforçando o porto de Mariupol, a próxima grande cidade no caminho de combatentes pró-russos, que forçaram um recuo das forças do governo ao longo do Mar Azov na semana passada em uma ofensiva em uma nova frente.

A Ucrânia e a Rússia trocaram soldados que haviam penetrado no território uma da outra, perto dos campos de batalha, onde Kiev diz que as forças de Moscou vieram em auxílio dos insurgentes pró-russos, desequilibrando as forças militares em favor dos rebeldes.

Negociações devem ser realizadas imediatamente “e não apenas em questões técnicas, mas sobre a organização política da sociedade e sobre a soberania no sudeste da Ucrânia”, disse o presidente russo. Moscou não poderia ficar alheia enquanto as pessoas estavam sendo mortas “quase à queima-roupa”, complementou Putin.

Separatistas comemoram

A Ucrânia informou que um de seus navios de guerra foi atacado por artilharia vinda da costa neste domingo, o que os rebeldes pró-Rússia alegaram ser sua primeira vitória no mar na guerra separatista.

“A milícia impôs ao inimigo sua primeira derrota naval”, informou em uma rede social Igor Strelkov, um comandante militar separatista que deixou o cargo em meados de agosto.

As fotografias e vídeos postados na página do Strelkov mostravam imagens do mar, feitas da costa, com uma densa fumaça negra visível no horizonte. Não foi possível confirmar sua autenticidade.

Os separatistas, que querem romper com a Ucrânia e se juntar à Rússia, têm lutado contra as forças militares do governo ucraniano desde abril deste ano, em um conflito que já matou cerca de 2.600 pessoas dos dois lados. Até o final desta edição, não havia sido divulgado mais detalhes sobre o navio e o número de tripulantes a bordo.

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