Por bferreira

Rio - Pelo menos 13 milhões de brasileiros sofrem de diabetes, segundo dados do último levantamento feito pelo Ministério da Saúde. Apesar de a maioria da população conhecer a doença, poucos sabem que o alto nível de glicose no sangue prejudica também a vida sexual dos pacientes. Mais da metade dos homens diabéticos com 50 anos ou mais vai ter disfunção erétil ao longo dos anos. As mulheres também são afetadas.

Elisabete Fernandes Almeida, médica da Care Plus e especialista em educação em saúde, afirma que o acúmulo de açúcar na corrente sanguínea causa o endurecimento e o estreitamento das paredes das artérias e veias de todo o corpo, inclusive do pênis. “Essas alterações dificultam muito o fluxo de sangue, imprescindível para a ereção acontecer.”

O fator físico traz ansiedade e nervosismo, o que agrava o caso de disfunção erétil e faz com que o paciente não associe a impotência à diabetes, retardando a visita ao médico, explica Elisabete.

Nas mulheres com diabetes, o açúcar torna a vagina um ambiente mais úmido do que o natural, perfeito para os fungos se proliferarem, inclusive os que provocam a candidíase. “As dores e coceiras acompanhadas das seguidas infecções tornam o ato sexual um sacrifício,” diz a médica.

Além disso, pesquisas apontam que o mal ainda provoca a falta de lubrificação vaginal em 5% a 28% do público feminino, o que incomoda durante as relações. Por isso, o mesmo levantamento aponta que as diabéticas acabam se divorciando mais do que as que não têm a doença.

A especialista alerta que os problemas afetam pacientes que não seguem as recomendações médicas. “A pessoa que toma o remédio certo, faz dieta e pratica exercícios regularmente previne as disfunções sexuais,” garante. Não fumar, cortar o excesso de gordura das refeições, controlar a pressão e combater o estresse são ações essenciais, já que estes fatores contribuem, assim como o açúcar, para o enrijecimento de artérias.

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