Por bferreira

Rio - Cada centímetro a mais na altura, troca no número do calçado e mudança no corpo do filho são motivos de orgulho para pais e mães. Mas e quando a família suspeita que a criança está baixinha para idade? Segundo médicos, genética, doenças e uma rotina desregrada influenciam no crescimento.

A pediatra Lucia Diehl explica que há sinais que devem levantar um alerta. “Se passou um ano e o filho não trocou o número do sapato e das roupas pode ser motivo para buscar orientação,” garantiu a médica, em entrevista ao jornal ‘Zero Hora’.

O pediatra Antônio Carlos Turner ressalta a importância das visitas de rotina ao médico. “Só no consultório pediátrico, através da curva do crescimento, é possível detectar se há algo errado”, afirma.

Ricardo Fernando Arrais, do Departamento de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que comparações com outras crianças não ajudam. “Os pais têm ‘visão seletiva’ e tendem a comparar os filhos aos colegas grandes. Não levam em consideração o fator genético. Se eles não são altos, seus filhos não serão”, afirma.

Depois da puberdade, os meninos passam pela fase do estirão do crescimento. Antes, aos 9 e 10 anos, eles desaceleram o ritmo. “É como se estivessem pegando impulso para crescer mais depois. Não há motivo para alarde”, tranquiliza Arrais. Já nas meninas esta diminuição da velocidade no ganho de altura ocorre após a primeira menstruação. Mas elas ainda crescem — algumas chegam ganhar mais até 10 cm, garante o médico.

Doenças como asma, intolerâncias alimentares e insuficiência cardíaca ‘roubam’ a energia do organismo, que numa criança saudável seria destinada ao crescimento. Mas com o tratamento é possível retomar o ritmo.

Alimentação, horas de sono e exercícios

Para não prejudicar o potencial de crescimento que cada criança possui, os pais precisam proporcionar uma rotina regrada aos filhos.

Ter uma alimentação balanceada e fazer cinco refeições por dia é fundamental. Dormir pouco está proibido, já que é durante o sono que o hormônio do crescimento é liberado. De acordo com Turner, 8 a 10 horas bem dormidas diariamente são suficientes.

Exercícios são muito bem-vindos, mas sem cobranças, típicas de esportes competitivos. Na infância, esforço e pressão em excesso não trazem benefícios nem físicos nem psicológicos.

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