Por felipe.martins

México - Com policiais locais suspeitos de ligação com o crime organizado, 13 cidades do sul do México tiveram sua segurança entregue à Polícia Federal, ontem. Vários dos agentes da região são acusados de envolvimento no desaparecimento, dia 26, de 43 estudantes no município de Iguala.

As forças federais já haviam desarmado a polícia local em Iguala e Cocula, na semana passada. Foram detidos 36 policiais, além do prefeito e o chefe de polícia, que seguem foragidos. As autoridades acreditam que o cartel de traficantes Guerreros Unidos atuou junto com os policiais no desaparecimento dos alunos.

Agentes federais patrulham as ruas e exibem cartaz com fotos dos estudantes secundaristas sumidosReuters

O caso provocou indignação no país. Após o sumiço dos jovens, milhares de pessoas têm feito protestos nas ruas na Cidade do México, Acapulco e outros pontos, para exigir solução para o caso. Atualmente, a busca dos 43 alunos está sendo realizada por terra, ar e água, e com a ajuda de parentes e da Cruz Vermelha Internacional. Para tornar ainda mais dramática a situação, foram encontradas durante as investigações do caso cerca de vinte covas coletivas, com diversos corpos de vítimas dos confrontos do crime organizado. Nenhum deles era dos estudantes.

Segundo a ONG Human Rights Watch, o México vive a pior crise de direitos humanos desde 1968. “Não conheço um fato similar a esse na América Latina nos últimos 30 anos. Embora tenha havido muitos desaparecimentos no México, não conheço nenhum caso dessa proporção”, disse o diretor da ONG para as Américas, José Miguel Vivanco.

O governo mexicano anunciou mais de 100 mil dólares de recompensa para quem tiver pistas que levem aos estudantes. O mesmo valor é oferecido pela identificação, localização ou detenção dos criminosos.

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