Brasileira refém em café em Sydney usou rede social para falar com irmã
'Marcia mandou um recado para ela, dizendo que estava com medo', disse irmão de personal trainer, identificado como Jorge
Por paloma.savedra
Austrália - Uma das reféns de um sequestrador - identificado como um refugiado iraniano - em um café em Sydney, na Austrália, a brasileira Marcia Mikhael usou o Facebook para entrar em contato com a família. Segundo o irmão da personal trainer, que se identificou como Jorge, ela avisou à irmã assim que o homem armado entrou no local: "Ela mandou um recado dizendo que estava com medo. Assim ficamos sabendo de manhã", disse ele, em entrevista à GloboNews.
De acordo com o irmão da brasileira, que também mora na Austrália, Marcia trabalha no mesmo prédio onde fica o Lindt Chocolat Cafe, em Martin Place. Apesar de confirmar a mensagem dela à família, ele acredita ainda que o sequestrador possa estar orquestrando outros recados dos reféns a parentes.
"É difícil saber se realmente é ela que está mandando, ou se eles estão sendo orquestrados pelo sequestrador. Mas logo que tudo isso começou ela teve tempo de mandar uma mensagem para minha irmã dizendo o que estava acontecendo. Depois disso as outras notícias foram pelas redes sociais, mas existe dúvida se é ela mesmo ou o sequestrador”, disse Jorge.
"Eu moro em outra cidade, minha familia está em Sydney. A unica notícia que temos vem pela televisao e que está saindo pelas mídias. O vem pelo Facebook a gente nao pode acreditar 100%, porque parece que está sendo orquestrada pelo computador", afirmou.
Parentes da personal trainer também estão mobilizando as redes sociais pedindo apoio e orações. Uma sobrinha de Marcia, Christine Mikhael, fez um alerta, peindo que os internautas não compartilhem as mensagens dos reféns. Em um trecho ela diz:"Amigos e família, por favor não compartilhar qualquer status no Facebook dos reféns, pois o terrorista está usando como um meio de comunicação. Isso poderia colocar minha tia e os outros em perigo. Por favor, incluam-na em suas orações, não posts”.
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O sequestrador Haron Monis é ainda conhecido por ter enviado cartas de ódio a familiares de soldados australianos mortos no exterior. "Não há razão operacional para que o nome seja retido por nós agora", disse a fonte policial, que pediu para não ser identificada.
Prioridade é segurança de reféns
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"Nosso único objetivo nesta noite (horário local) e pelo tempo que precisar é retirar essas pessoas que estão presas atualmente no café de forma segura. Essa será nossa prioridade e não mudará", disse Andrew Scipione, delegado da polícia do estado de Nova Gales do Sul.
Scipione se negou a fornecer detalhes sobre as exigências ou a natureza do ataque e do sequestrador. O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, afirmou que a ação tem "motivações políticas".
Cinco libertos
Após sete horas de sequestro, cinco reféns conseguiram sair do local, embora as autoridades não tenham esclarecido se foi uma fuga ou eles foram libertados.
Um dos reféns foi atendido em um hospital, mas por "uma condição preexistente", comentou Scipione.
"Há muito trabalho por fazer e muito mais nas próximas horas, tenho certeza", disse o delegado.