Por joyce.caetano
França - A "cidade luz" vem sendo assolada nos últimos dias por uma onda de ataques contra estabelecimentos judaicos em uma nova leva do antissemitismo com o qual Paris é abatida desde sempre em tempos de crise. De acordo com o jornal israelense Haaretz, nesta sexta-feira (26) foi registrado o terceiro incidente do tipo em apenas uma semana na capital francesa: uma loja de pinturas de propriedade de um judeu foi atacada com tiros em sua fachada.
Quem divulgou a descoberta do ataque foi Sammy Gholan, fundador do BNVCA – organização que patrulha atos de antissemitismo em território francês. "Depois dos ataques que levaram escolas judaicas e sinagogas a se transformarem em fortes, agora os negociantes judeus também se tornaram alvos", escreveu no site do grupo em referência aos muros de segurança e ao controle rígido feito em estabelecimentos oficialmente judaicos no mundo inteiro (inclusive no Brasil).
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Na antevéspera, no dia 24 de dezembro, outro caso de antissemitismo, quando um tiro foi disparado contra uma sinagoga. No Natal, dia 25, criminosos atiraram contra a fachada de um restaurante kasher – onde o preparo dos alimentos é feito de acordo com as regras da religião, sob a supervisão de um rabino.
Segundo a BNVCA, os responsáveis pelo ataque à loja de impressão descobriu que o dono era judeu devido à mezuzá instalada na entrada do estabelecimento – símbolo que, segundo as tradições, protege o ambiente onde é afixado, sempre no umbral de portas.
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O antissemitismo sempre foi uma realidade na Europa e atingiu seu ápice durante a Segunda Guerra Mundial, quando o líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler, instituiu aquela que foi chamada de Solução Final Judaica – um plano para eliminar os judeus da Europa da forma mais rápida e eficaz.
No total, cerca de seis milhões de judeus foram mortos entre 1939 e 1945 nas ruas, em chacinas, em campos de concentração e nos infames "caminhões de gás" e "câmaras de gás". Quase 80 mil viviam na França.
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