Por karilayn.areias

Rio - Cerca de 210 mil carioquinhas, que vão ajudar a construir a história do Rio de Janeiro nas próximas décadas, já nasceram desde 2011 assistidos pelo Cegonha Carioca. O programa, da Secretaria Municipal de Saúde, garantiu a 145 mil mamães os exames do pré-natal, uma ambulância para buscá-las em qualquer lugar na hora do parto e o enxoval dos bebês.

Nathália e o marido%2C Felipe%2C serão em breve pais de 1ª viagem de Miguel%2C que vai nascer numa casa de parto municipal em Realengo. A grávida está tranquila e confianteRenata Missagia

De acordo com Carla Brasil, superintendente de hospitais pediátricos e maternidades e coordenadora do programa, nos últimos três meses de gestação, a mulher também visita maternidade onde fará o parto. “Ela conhece o espaço para se sentir mais segura. Na hora do parto, liga e a ambulância busca em qualquer local da cidade”, disse, acrescentando que a ambulância ‘delivery’ só existe no Rio.

Foi o que fez a cozinheira Mariza da Penha Cruz, 32 anos, quando chegou a hora de dar à luz o terceiro filho, Bryan. Moradora da Ilha do Governador, ela foi levada pela ambulância ao Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro. Marido de Mariza, José Aparecido Alvez, 50, pôde acompanhar o parto e ficar com a esposa. “No primeiro filho, uma vizinha me levou de carro para o hospital. Dessa vez, foi melhor. Ganhei ainda manta, roupinhas e toalha”, conta ela.

Mariza%2C com o pequeno Bryan e o marido%2C José%3A gravidez sem sustoDivulgação

A professora Nathália Del Rey, 27, abriu mão de ter o bebê na rede privada — ela tem plano de saúde — para ser atendida na Casa de Parto David Capistrano Filho, em Realengo. Mãe de primeira viagem, ela está com 38 semanas de gestação, na expectativa pelo nascimento de Miguel. “Encontrei um tratamento de qualidade, muito acima das expectativas. Esse cuidado me deixa mais tranquila e confiante para a hora do parto”, garante.

Além das consultas individuais, algumas com mais de uma hora de duração, Nathália participa de oficinas, com outras mulheres. “Recebi orientações sobre os cuidados com o bebê, como na amamentação”.

Para ter acesso ao Cegonha Carioca, basta procurar a Clínica da Família ou o posto de saúde mais próximo. A futura mãe precisa fazer o pré-natal na rede pública até o fim da gestação — pelo menos sete consultas é o recomendado.

Objetivo é acabar com ‘peregrinação’

Nos primeiros quatro anos de Cegonha Carioca, a cobertura do pré-natal foi ampliada para toda a cidade. Além disso, a taxa de mortalidade infantil caiu de 13 por mil nascidos vivos, em 2010, para 11,6 no ano passado. “O pré-natal é fundamental para saúde da mãe e do bebê. Conseguimos detectar alguma doença e tratar precocemente”, explica Carla. Além das maternidades municipais, integram o programa unidades estaduais e federais. “Queremos evitar a peregrinação da grávida por hospitais na hora do parto”.

*Reportagens de Beatriz Salomão e Pedro Muxfeldt

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