Venezuela - Uma delegação da União de Nações Sul-americanas (Unasul) decidiu nesta sexta-feira, em Caracas, convocar uma comissão especial para criar cadeias regionais de apoio que combatam a escassez de artigos de consumo básico na Venezuela.
"Temos da mesma maneira estipulado com o presidente (da Venezuela, Nicolás Maduro), que a Unasul convocará uma comissão especial através de seus órgãos setoriais para criar cadeias regionais de apoio à distribuição de certos e essenciais itens de consumo básico", assinalou nesta sexta-feira o secretário-geral da Unasul, o colombiano Ernesto Samper.
"A ideia é que todos os países da região, através de suas cadeias e canais de distribuição, possam apoiar os esforços de distribuição que estão sendo feitos fazendo na Venezuela, para que estes produtos básicos cheguem a todos os venezuelanos sem exceção". Samper indicou que o bloco sul-americano trabalhará "estreitamente com as autoridades da Venezuela para fortalecer e conectar" estas cadeias que existem nos países que integram a Unasul e assim "reforçar as próprias cadeias de distribuição que existem na Venezuela".
Nos últimos meses o desabastecimento de alguns produtos de primeira necessidade se agravou, o que é refletido pelo peregrinar dos consumidores por vários mercados. Esta escassez de artigos básicos, que inclui vários produtos de higiene pessoal, leite, açúcar e alguns remédios, é atribuída pelo governo venezuelano a uma "guerra econômica" promovida pela oposição e por um setor do empresariado, a quem acusa de monopolizar os produtos básicos com o objetivo de prejudicar e derrubar o governo.
Entre as causas da escassez também está o contrabando de muitos produtos, especialmente com a Colômbia. Como o preço na Venezuela é subvencionado pelo governo, o contrabando tem grandes margens de lucro. A oposição atribui a escassez, por sua vez, às políticas econômicas do governo e à intermitência na entrega de moeda aos importadores devido ao controle câmbio.