Por clarissa.sardenberg

Espanha - Morador de Barcelona e gerente de exportação de uma empresa de chás, o brasileiro Rafael Rebello tinha reunião em Dusseldorf, Alemanha. Para chegar lá, ele iria aproveitar promoção da Germanwings, uma das principais companhias de baixo custo da Europa, ligada à Lufthansa. Na hora da compra, porém, o preço do bilhete subiu, Rafael adiou a viagem e escapou do destino trágico do Airbus A320.

Rafael escapou da queda de avião na FrançaReprodução TV Globo

A notícia do acidente, recebida através de um cliente, chocou o brasileiro. “Deu uma tremedeira. Estou tremendo até agora”, revelou ele em entrevista ao ‘Jornal Hoje’.

Rafael teve mais um motivo para comemorar a data. Esta terça-feira foi aniversário da sua mãe, que está na Espanha para visitá-lo. “Quando contei para ela que era para eu estar naquele voo, mas que tinha desistido, ela disse: ‘Que presentão!’. Agora é hora de relaxar”, festejou Rafael.

Para o alemão que aceitou mudar uma reunião desta terça para o dia anterior, o brasileiro escreveu: "Você salvou a minha vida."

O brasileiro escapou da morte ao trocar sua passagem de avião na última hora e não embarcar no Airbus A320 da companhia Germanwings, que bateu em uma montanha na região dos Alpes, no sul da França. Na aeronave, que ia de Barcelona, na Espanha, para Dusseldorf, Alemanha, estavam 150 pessoas, sendo 67 alemães e 45 espanhóis. Todos morreram.

O acidente

Um Airbus A320 da companhia Germanwings bateu em uma montanha na região dos Alpes, no sul da França. Na aeronave, que ia de Barcelona, na Espanha, para Dusseldorf, Alemanha, estavam 150 pessoas, sendo 67 alemães e 45 espanhóis. Todos morreram.

O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, disse que “não se pode descartar nenhuma hipótese”. Mas o Departamento de Estado dos Estados Unidos garantiu não se tratar de ação terrorista. Uma das caixas-pretas foi recuperada e “será analisada nas próximas horas”, segundo Bernard Cazeneuve, ministro do Interior francês.

Após decolar do aeroporto de El Prat, Barcelona, a aeronave viajou por meia hora, quando começou a perder altitude. Em nove minutos, o avião baixou 9.500 m até perder contato por radar. Os pilotos não emitiram sinal de emergência e os motivos da descida são desconhecidos. O tempo era bom na região, segundo a DCAG, autoridade aérea da França.

A área montanhosa onde o avião caiu é inacessível de carro. Bombeiros e autoridades só puderam chegar ao local de helicóptero. O mau tempo também atrapalha as ações, interrompidas à noite e que seriam retomadas hoje.

O ministro de Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, sobrevoou o local e o definiu como “uma cena de terror”. Destroços do avião se espalham em área de 2 km. Sebastien Giroux, testemunha ouvida por agências de notícias, apontou que o Airbus voava muito baixo. “Não havia fumaça ou barulho estranho, mas claramente ele não passaria pela montanha”, disse.

Entre as vítimas da tragédia estão 16 estudantes da escola Joseph-Koenig, da pequena cidade de Haltern, interior da Alemanha. O grupo voltava de intercâmbio na Espanha. Dois professores acompanhavam os adolescentes, de 14 e 15 anos. “É a pior coisa imaginável”, disse o prefeito Bodo Klimpel. Os cantores líricos alemães Maria Radner e Oleg Bryjak também morreram no acidente. O marido dela e seu bebê também estão entre as vítimas.

Na Espanha, o primeiro-ministro Mariano Rajoy decreto luto de três dias. A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que “o momento é de tristeza e dor”. Os dois vão encontrar hoje com o presidente da França, François Hollande, no local do acidente. O Papa Francisco homenageou as vítimas. O avião operava desde 1991 e seria aposentado no fim do ano. A última revisão havia sido feita em 2013.

Você pode gostar