Por clarissa.sardenberg

Indonésia - Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi executado na Indonésia na madrugada desta quarta-feira (horário local), na tarde desta terça no horário de Brasília, de acordo com a emissora indonésia TV One e o jornal Jakarta Post. O brasileiro foi condenado à morte por tráfico de drogas e executado por um pelotão de fuzilamento.

Saiba mais: Indonésia informa sobre execução de brasileiro

Paranaense Rodrigo Gularte foi fuzilado Reprodução

Outras sete pessoas também foram executadas, segundo a emissora australiana 9news. Mary Jane Veloso, única mulher do grupo, teria ficado de fora da execução pois a pessoa que recrutou para transportar as drogas para ela se entregou às autoridades.

Gularte foi preso em julho de 2004 após ingressar com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe na Indonésia. Ele foi condenado à morte em 2005 e é o segundo brasileiro executado no país este ano.

Em janeiro, o carioca Marco Archer Moreira, de 53 anos, foi fuzilado. Também cumpria pena por tráfico de drogas.

Médicos diagnosticaram Gularte com esquizofrenia em dois laudos em 2014. Em março, um equipe examinou Gularte a pedido da Procuradoria Geral indonésia, mas o relatório médico não foi divulgado.

As penas de morte foram condenadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e abalaram os laços da Indonésia com o Brasil e a Austrália.
E nota, o governo brasileiro lamentou a execução de Gularte. Confira o doumento na íntegra:

O governo brasileiro recebeu com profunda consternação a notícia da execução, na Indonésia, do cidadão brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, ocorrida na data de hoje, 28 de abril de 2015, pelo crime de tráfico de drogas.

Em carta enviada ao seu homólogo indonésio, a Presidenta Dilma Rousseff havia reiterado seu apelo para que a pena capital fosse comutada, tendo em vista o quadro psiquiátrico do brasileiro, agravado pelo sofrimento que sua situação lhe provocava nos últimos anos. Lamentavelmente, as autoridades indonésias não foram sensíveis a esse apelo de caráter essencialmente humanitário.

Ao longo dos dez anos em que o Rodrigo Muxfeldt Gularte esteve preso na Indonésia, o governo brasileiro prestou-lhe a devida assistência consular e acompanhou sistematicamente sua situação jurídica, na busca de alternativas legais à pena de morte, observando rigorosamente o que a Constituição e as leis daquele país prescrevem sobre essa matéria.

A execução de um segundo cidadão brasileiro na Indonésia, após o fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira, em 18 de janeiro deste ano, constitui fato grave no âmbito das relações entre os dois países e fortalece a disposição brasileira de levar adiante,nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital.

O governo brasileiro transmite sua solidariedade e seu mais profundo pesar à família de Rodrigo Muxfeldt Gularte.

Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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