Por felipe.martins

Zimbábue e Estados Unidos -  Crescem as pressões em todo o mundo para que o dentista americano Walter Palmer, de 55 anos, que matou o leão Cecil há um mês no Zimbábue, seja julgado no país africano. Ontem, a ministra do Meio Ambiente zimbabuana, Oppah Muchinguri, informou que a Procuradoria-Geral já abriu processo para que o dentista seja julgado no país africano.

Uma petição pública a ser entregue à Casa Branca já tinha mais de 180 mil assinaturas pedindo a extradição de Palmer, que ainda não se apresentou às autoridades americanas. Governador do estado de Minnessota, onde o dentista tem residência e consultório, Mark Brandt Dayton criticou Palmer. “Como ele pode afirmar que matar um leão dessa forma seja algum esporte”, disse.

Palmer admitiu ter matado o leão Cecil, de 13 anos, favorito dos turistas estrangeiros e objeto de um estudo da Universidade Oxford, mas disse que havia contratado guias profissionais e acreditava que todas as necessárias licenças de caça estavam em ordem. A ministra Muchinguri disse que o uso de um arco e flecha para matar o leão, que teria sido atraído com uma isca para fora do Parque Nacional de Hwange e, só então, morto por Palmer, violou a regulamentação da caça do Zimbábue.

Palmer, um caçador de animais selvagens, conseguiu voltar para os Estados Unidos antes de as autoridades do Zimbábue ficarem cientes da controvérsia em torno da morte de Cecil. “Era tarde demais para deter o caçador estrangeiro porque ele já tinha fugido para seu país”, disse Muchinguri.

O assassinato do leão provocou uma onda de ódio contra o dentista na mídia social nos Estados Unidos. A revolta de internautas obrigou Palmer a apagar sua página no Facebook, que trazia fotos de outros animais selvagens mortos, expostos como troféus. Seu consultório dentário, em Minnessota, foi fechado na terça-feira, após as ameaças de morte que Palmer disse ter recebido.

'Não fiz nada de ruim’

O caçador profissional Theo Bronkhorst, contratado por Palmer, disse ontema à agência France Presse que não fez nada de errado ao acompanhar o dentista americano durante a caçada que acabou na morte do leão Cecil, símbolo do Zimbábue.

“Não acho que faltei com nenhum de meus deveres. Fui contratado por um cliente para organizar uma caçada para ele e disparamos contra um leão macho velho, que, para mim, superou sua idade reprodutiva, e acho que não fiz nada de ruim”, declarou.


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