Por bferreira

Rio - Em um futuro próximo será possível fabricar os próprios remédios em casa. É essa a intenção das empresas de impressoras 3D, tecnologia utilizada em diversas áreas e que chega com cada vez mais força na Medicina. O governo dos Estados Unidos aprovou nessa semana, pela primeira vez, um remédio feito a partir do método, para tratar a epilepsia.

CubrePro%2C um dos modelos de impressora 3D vendidos no BrasilDivulgação

A principal vantagem é que o mecanismo permite produzir a quantidade exata do medicamento. Ou seja, cada paciente poderia fazer, na sua própria casa, um remédio sob medida.

Como outros medicamentos para a epilepsia, o Spritam é um comprimido que se dissolve na boca ao ser tomado com um líquido. Nesse caso, no entanto, o processo é mais rápido, o que é benéfico para pacientes com dificuldades de ingerir comprimidos grandes. A responsável é a farmacêutica Aprecia, que pretende lançar comercialmente o produto no primeiro trimestre de 2016.

As impressoras 3D foram criadas ainda na década de 1980, mas se popularizaram nos últimos ao se tornarem menores - possibilitando a compra de máquinas pessoas - e mais baratas.

“Ela trabalha com acúmulos de materiais, fazendo camada por camada”, explica Luiz Fernando Dompieri, diretor geral da 3D Systems Latin America, uma das empresas que vende o produto no Brasil. O plástico é a matéria-prima mais usada, mas também podem ser utilizados pó de gesso e resina líquida, entre outros.
Dessa forma, é possível construir desde capas de celulares até peças de avião, dependendo do tamanho e da precisão da máquina.

Na produção de remédios, Luiz Fernando vê um avanço. “A grande sacada é você conseguir personalizar o produto”, elogia. Ele não vê riscos na produção ‘caseira’ dos medicamentos. “Você precisa ter acesso à matéria-prima. Acredito que isso vai ser regularizado”, avalia.

O neurologista André Gustavo Lima, membro da Academia Brasileira de Neurologia, ressalta que é preciso conhecer o Spritam para comentar sua eficácia. Ele afirma, no entanto, que a absorção mais rápida pode ser uma vantagem, dependendo da necessidade do paciente.

“Temos uma variedade grande de remédios”, explica André. A aplicação e a duração do tratamento dependem do tipo da doença. Além disso, existe a opção de realizar uma cirurgia. Os dois métodos podem curar o problema.

A técnica de impressão em 3D é usada em procedimentos de saúde em todo o mundo. Entre outros casos, uma holandesa de 83 anos recebeu um transplante de mandíbula e, um americano teve 75% do crânio substituídos por uma prótese.

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