Por bferreira

Rio - A expectativa criada a partir da notícia da chegada do primeiro filho aumenta o grau de felicidade a tal ponto que, muitas vezes, depois que a criança nasce, os pais apresentam uma queda de satisfação geral em suas vidas. O dia a dia se contrapõe ao sonho e ao bebê idealizado — que dorme a noite toda e não chora - mas que, ao dar uma rir, enche a todos de alegria.

Pais sentem grande ansiedade antes do nascimento do primeiro filho e se rendem aos seus encantosReprodução

É o que mostrou um levantamento do Instituto Max Planck de Pesquisas Demográficas, da Alemanha. Os responsáveis analisaram uma pesquisa em que 20 mil pessoas avaliaram, em uma escala de 1 a 10, seus índices de felicidade a cada ano. No seu primeiro ano com o novo filho, esse indicador caiu um ponto para 37% dos pais de primeiras viagem, dois pontos para 19% e três pontos para 17%. A média geral foi de 1,4 pontos, contra um ponto para o desemprego e a morte de um parceiro e 0,6 pontos para o divórcio.

Além disso, esse número se refletiu na decisão de ter um segundo filho. Entre os pais que registraram queda de mais de três pontos, 58% tiveram outro bebê em até dez anos, contra 66% entre os que não tiveram a felicidade afetada.

“Uma das explicações é que você vai criando expectativas, somo como vai ser o filho, sobre como você vai ser como pai. E o desafio é confrontar o sonho com a realidade”, explica Angela Soligo, professora do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Unicamp. Outro ponto importante é a sobrecarga que uma criança traz. “Você tem que abrir mão de certas coisas”, lembra Angela.

A psicóloga garante que ser pai é um aprendizado constante.“O filho perfeito não existe, assim como os pais”, destaca.

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