Por clarissa.sardenberg

Luxemburgo - Uma proposta da União Europeia para encontrar lugar para 120 mil refugiados não vai funcionar a não ser que sejam criadas instalações para receber dezenas de milhares de pessoas a qualquer hora, informou a agência de refugiados da ONU nesta terça-feira.

"Um programa de relocação sozinho, neste estágio da crise, não será suficiente para estabilizar a situação", disse a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Melissa Fleming.

Novo número de 120 mil pessoas representa somente 20 dias na média diária de 6 mil chegadas EFE

O Acnur não está mais esperando uma cota obrigatória de relocação entre países da UE, mas pediu para líderes da UE apoiarem as 120 mil relocações como uma resposta de emergência, além dos 40 mil lugares para refugiados que chegaram à Grécia e Itália.

O novo número de 120 mil pessoas representa somente 20 dias na média diária de 6 mil chegadas. Melissa Fleming disse que o Acnur, que pediu por uma quantidade inicial de 200 mil abrigos, esperava que a proposta da UE fosse expandida no futuro.

A porta-voz disse que o chefe do Acnur, António Guterres, falou por telefone com "todo tipo de líder que tivesse algum tipo de papel", incluindo ministros das Relações Exteriores e premiês.

O Acnur informou que um encontro de ministros da Justiça e Interior nesta terça-feira e um encontro do Conselho Europeu na quarta-feira seriam "crucialmente importantes" e possivelmente a última chance da União Europeia para controlar a crise.

Os ministros do Interior da União Europeia aprovaram nesta terça-feira uma resolução que estabelece cotas por países do bloco para acolhimento de 120 mil refugiados sírios, iraquianos e eritreu. A medida foi recebida com ressalvas pelas Nações Unidas, que diz que número representa somente 20 dias na média diária de 6 mil chegadas de refugiados à Europa.

O ministro tcheco do Interior, Milan Chovanec, afirmou no Twitter que seu país, assim como Hungria, Eslováquia e Romênia, votaram contra, enquanto a Finlândia se absteve. A resolução, embora tenha sido adotada por maioria qualificada, é imposta a todos os membros da União Europeia por igual, inclusive aos que votaram contra.

Uma fonte diplomática confirmou que os ministros votaram por maioria qualificada e decidiram pela divisão de 66 mil refugiados que chegaram à Itália e à Grécia um mês antes da entrada em vigor deste mecanismo e de 54 mil no próximo ano que também chegaram a estes dois países.
Para a agência de refugiados da ONU, a proposta da União Europeia para encontrar lugar para 120 mil refugiados não vai funcionar, a não ser que sejam criadas instalações para receber dezenas de milhares de pessoas a qualquer hora.

Um programa de realocação sozinho, neste estágio da crise, não será suficiente para estabilizar a situação”, disse a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Melissa Fleming.Um total de um milhão de pedidos de asilo pode ser apresentado em 2015 nos países da União Europeia, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Atualmente, enquanto os 28 estados da UE são chamados a distribuir 120 mil pessoas, os migrantes que alcançaram a Europa desde janeiro já somam um número quatro vezes maior, de acordo com a ONU. Melissa disse que o Acnur, que pediu por uma quantidade inicial de 200 mil abrigos, esperava que a proposta da UE fosse expandida no futuro.

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