Por felipe.martins

Cingapura - ‘Nada pode nos separar. Somos uma família, e o sangue é mais denso que a água”, disse o presidente da China, Xi Jinping, ao cumprimentar o colega de Taiwan, Ma Ying-jeou, em encontro histórico desde a cisão política entre os dois países há 66 anos. “Temos que assumir nossas responsabilidades ao fazer a História”, completou Xi, antes de se reunir a portas fechadas com Ma para discutir temas de cooperação.

Xi Jinping e Ma Ying-Jeou dispensam tratamento mútuo de ‘presidente’ e se cumprimentam diante das câmerasEfe

A Guerra Civil Chinesa, encerrada em 1950, resultou na criação de duas Chinas.Uma, a República Popular da China, comandada pelo Partido Comunista e hoje a segunda maior economia do mundo. A outra, a República da China, mais conhecida como Taiwan, uma ilha de 36 mil metros quadrados separada do território inimigo pelo Estreito de Formosa, de apenas 130 km de largura.

Enquanto Xi manteve discurso mais simbólico, Ma apresentou propostas de melhora na relação entre os vizinhos. Uma delas é que Pequim se flexibilize quanto à autonomia de Taiwan para participar em organismos internacionais. Xi se comprometeu a acatar a demanda e dar mais apoio à cooperação regional.

Ma disse que a relação melhorou durante os últimos 22 anos, mas destacou que é preciso continuar progredindo e em buscando “uma estratégia pragmática” para aumentar os vínculos bilaterais. Ele propôs cinco pontos concretos, entre eles reduzir a animosidade, criar linhas diretas de comunicação e estabelecer os fundamentos para aumentar as relações comerciais. “Seguimos diferentes sistemas políticos, mas desenvolvemos uma boa cooperação militar e econômica”, disse Ma, antes de brincar que os dois líderes dividiriam a conta do restaurante onde jantavam em Cingapura.

Em Taiwan, milhares de pessoas se reuniram em Taipé para criticar o que acreditam ser uma posição benevolente de seu governo com a China, um país com quem a ilha mantém grande rivalidade em temas políticos.

A imprensa estatal chinesa comparou o encontro à visita do então presidente americano Richard Nixon a Pequim, que ajudou a normalizar as relações entre os dois países. A Casa Branca disse ver com bons olhos uma reunião entre os líderes, mas esperará o desenrolar das discussões.

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