Doença que mais mata no Brasil pode ser evitada com hábitos simples, como atividade física e dieta saudável
Por bferreira
Rio - Aos 18 anos, Caio Coutinho descobriu que tinha diabetes. “Hoje levo uma vida normal, com algumas restrições. Uso insulina diariamente, mantenho uma alimentação saudável, corro, faço musculação, saio com os amigos, me divirto e consigo até beber moderadamente nos fins de semana”, conta o estudante de Medicina, de 23 anos. Ele integra uma estatística que só faz crescer no Brasil: já são cerca de 14 milhões de portadores da doença (8,7% da população).
A cada dia, segundo a International Diabetes Federation (IDF), surgem 500 novos casos no país. Este número deve chegar a 18 milhões em 2035 e coloca o Brasil como quinto país com mais diabéticos no mundo, atrás apenas de Índia, China, EUA e Rússia. Em todo o mundo, pelo menos 246 milhões de pessoas (uma a cada 12) são diabéticas.
Em estado avançado, o diabetes pode levar à cegueira, acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, insuficiência renal e amputação de membros. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta deverá ser a sétima principal causa de morte em 2030. Só no ano passado, 4,9 milhões de pessoas morreram pela doença — uma a cada sete segundos. É mais do que Aids, malária e tuberculose juntas. No Brasil, já é a doença que mais mata.
Obesidade, sobrepeso, falta de dieta equilibrada e de atividades físicas são as principais causas da doença. Segundo pesquisas, 90% dos casos são do tipo 2 da doença, que muitas vezes pode ser prevenido com medidas simples de mudança de estilo de vida.
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A cada 100 mil jovens com menos de 15 anos, cerca de 20 poderão desenvolver diabetes, prevê o Ministério da Saúde. O índice maior de obesidade em crianças aumenta o risco de diabetes tipo 2, que se manifesta principalmente em indivíduos que não fazem atividade física e estão acima do peso. “As crianças estão com hábitos de vida cada vez piores, incluindo o sedentarismo”, alerta a endocrinologista Anna Gabriela Fuks, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes do Rio.
Ações no Maracanã e Lagoa marcam o dia
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No Rio, 129.852 pessoas recebem acompanhamento para diabetes na rede municipal de saúde, com direito a medicação gratuita. Ações de orientação e prevenção em diversas partes do Rio vão marcar hoje o Dia Mundial do Diabetes. Maracanã, Pão de Açúcar e Cristo Redentor ficarão iluminados em azul em apoio à campanha.
No entorno do Maracanã, o terceiro Desafio Correndo pelo Diabetes deve reunir 300 pessoas para corrida e caminhada. Serão oferecidos testes de glicemia capilar para quem visitar o Maracanã Tour das 10h às 17h. Haverá ainda um abraço simbólico à Lagoa Rodrigo de Freitas, onde 300 pessoas, lideradas pelo cirurgião vascular Jackson Caiafa, vão soltar balões azuis.