Ainda de acordo com o texto, é preciso que os líderes mundiais tenham em mente uma meta ainda mais ambiciosa: "limitar o aumento de temperatura a 1,5°C.” Já o o dinheiro do financiamento só deverá ser destinado a partir de 2020. Depois de cinco anos (em 2025) este valor de investimento deverá ser rediscutido.
A proposta indica mecanismos de revisão periódica das ações e metas dos países. A ideia é desacelerar as emissões do efeito estufa. Atualmente, as nações não atingem sequer a metade dos esforços para evitar o aquecimento de 2°C.
Todas as promessas dos líderes serão analisadas novamente de cinco em cinco anos, sendo que apenas em 2018 haverá uma decisão sobre o formato desta revisão.
O documento já é considerado um marco histórico. Foi submetido às delegações de todos os países e é o primeiro acordo global contendo compromissos de todos. "As partes do acordo visam atingir um pico global nas emissões de gases de efeito estufa assim que possível, reconhecendo que o pico levará mais tempo para países em desenvolvimento", aponta o texto.
As nações mais pobres devem se beneficiar ainda de um mecanismo de compensação por perdas e danos causados por consequências da mudanças climáticas que já são evitáveis.
A expectativa agora é para aprovação do documento, uma vez que a maioria dos negociadores já pediu para falar à plenária da próxima reunião da COP 21.
Proposta foi recebida com manifestações em Paris
Depois da divulgação do documento, diversas ONGs fizeram manifestações pelas ruas de Paris. Entre as críticas, elas dizem não haver menção às porcentagens de corte de emissões de gases-estufa de cada país.
Outro problema do tratado, segundo ambientalistas, é que ele não determina com precisão um prazo para as emissões atingirem um pico.
De acordo com a proposta, o documento só deve ser aprovado a partir de 22 de abril de 2016, quando estará aberto para assinatura na sede da ONU, em Nova York. Isso porque ele ainda precisa ser submetido à "ratificação, aceitação ou aprovação pelos Estados".
Na prática, isso quer dizer que as decisões podem ser implementadas por decretos de cada presidente, sem a aprovação de leis que envolvam o poder legislativo.
Especialistas garantem que alguns dispositivos foram colocados de maneira híbrida de propósito. Esta foi a forma que os articuladores propuseram para chegar à implementação de um documento global forte.
RESUMO DA ÓPERA
1 - As nações devem trabalhar para que o aquecimento fique ‘muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC
2 - Países ricos investirão US$ 100 bilhões por ano. Os ‘em desenvolvimento’ terão mais tempo para alcançar as metas
3 - Ainda não há menção à porcentagem de corte de emissão de gases-estufa necessária
4 - Não existe determinação de quando as emissões param de subir
5 - Acordo deve ser revisto a cada 5 anos