Por clarissa.sardenberg
Itália - A decisão de suspender os diálogos sobre a paz na Síria, em Genebra, resultou "da necessidade de manter a palavra" das Nações Unidas (ONU) com o povo sírio "de que dessa vez a conferência deve mostrar benefícios concretos à população", disse o enviado especial, o italiano Staffan de Mistura. "Não é nenhuma desculpa", apontou, acrescentando que "pelo contrário, decidimos manter a palavra dada aos sírios".
As negociações foram suspensas até o dia 25. De Mistura, no entanto, destaca que "não é o fim do diálogo, nem um fracasso das conversas, mas apenas uma suspensão temporária".
Síria está devastada pela guerra, obrigando civis a fugirem do país em busca de alguma segurança Reuters

A terceira jornada das negociações de Genebra deveria começar em 25 de janeiro, após os fracassos em 2014. Mas, até o momento, as delegações do governo de Damasco e a oposição se limitaram a conversar de forma separada sobre questões procedimentais.

A oposição, em especial, quer colocar como condição para o início das tratativas o fim dos ataques em áreas do país onde os civis já sofrem com a fome e bombardeios russos.

Doações

A dramática situação dos sírios presos em meio ao conflito no país, que já deixou cerca de 260 mil vítimas fatais, e dos mais de 4 milhões de refugiados é o tema da Conferência Internacional de Apoio à Síria e Região, uma reunião de países doadores que está sendo realizada nesta quinta-feira, dia 4, em Londres, Reino Unido. A expectativa dos organizadores é levantar ao menos US$ 8 bilhões.

O chanceler italiano, Paolo Gentiloni, anunciou que Roma irá doar "400 milhões de euros" durante os próximos três anos. "Para a Itália, o tamanho deste compromisso é extraordinário", concluiu.

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O chanceler Mauro Viera irá representar o Brasil no encontro. Ainda não foi divulgada a cifra que será doada por Brasília, mas em 2013 foi US$ 250 mil, em 2014, US$ 300 mil, e no ano passado, quase US$ 5 milhões. O Brasil já recebeu mais de 2 mil refugiados de nacionalidade síria.