Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Começam hoje as mudanças viárias no Centro por causa do fechamento do trecho final da Perimetral, entre a Praça Mauá e o Aterro do Flamengo, realizado ontem. Entretanto, o grande teste para as alterações, que incluem a inversão de sentido em seis ruas e avenidas, será amanhã, primeiro dia útil. O prefeito Eduardo Paes, que prometeu chegar cedo hoje ao local, falou sobre as intervenções:
“Após as obras, não voltaremos a uma situação de normalidade, iremos para um cenário muito melhor. Vamos tirar o Elevado, mudar a lógica de circulação, oferecer mais transporte público de qualidade, além de devolver espaços públicos importantes, como o Museu Histórico Nacional, escondido pelo viaduto”.

Nesta fase, a pista será demolida, e a operação compreenderá a retirada de 1.689 metros do elevado, entre a Rua Visconde de Inhaúma e o III Comar, na altura da Praça 15, próximo à entrada do Aterro do Flamengo. Segundo a prefeitura, a metodologia aplicada, de demolição e desmonte, mais indicada à estrutura composta por concreto e vigas metálicas, também se justifica pela proximidade do viaduto aos edifícios vizinhos. Os trabalhos se dividem em quatro frentes de obras: Avenida Presidente Vargas, Bolsa de Valores, Praça 15 e na rampa do Elevado da Perimetral da Avenida General Justo (acesso do Aterro).

Clique aqui e confira as alterações após as novas interdiçõesArte O Dia

A partir de hoje, a Uruguaiana tem a mão invertida, entre as ruas Acre e Buenos Aires. Já a Av. República do Paraguai fica com as duas pistas no sentido Lapa. A Rua Teixeira de Freitas, no trecho entre República do Paraguai e Augusto Severo, opera no sentido Beira-Mar.

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A Rua do Passeio, entre a Luiz de Vasconcelos e Teixeira de Freitas, tem o sentido invertido também. O mesmo acontece com a Mestre Valentim, no trecho entre Teixeira de Freitas e Luiz de Vasconcelos. Já a Av. Marechal Floriano, trabalha em regime de mão dupla em toda a extensão.
Além de orientar motoristas, umas das preocupações da prefeitura é conscientizar os pedestres da importância de atravessar na faixa respeitar a sinalização, principalmente nas áreas de inversão de sentido de vias. Quarenta agentes educativos vão distribuir panfletos na região.
O novo esquema de trânsito também alterou 48 linhas de ônibus que passam pelo Centro, sendo que 10 delas usavam a Perimetral (483 e 2101, municipais, e 110E, 129A, 129, 545E, 741D, Magé - Castelo, Guapimirim - Castelo, Petrópolis - Castelo, intermunicipais).
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Entre as linhas municipais que também têm alterações no trajeto estão: 355 (Madureira - Praça Tiradentes), 360 (Carioca - Recreio), 361 (Carioca Recreio - via Linha Amarela) e 382 (Carioca-Piabas), que deixam de ter ponto final na República do Paraguai. A primeira passa a operar como circular no Centro e as demais têm um ponto regulador na Av. General Justo. Entre as que passavam pela Perimetral, a linha 483 (Penha - Copacabana, circular) deixa de usar o Aterro e segue o Túnel Santa Bárbara. Já a 2101 (Aeroporto Internacional - Santos Dumont) passa a utilizar a Antônio Carlos e Primeiro de Março, no sentido Galeão, e Avenida Rio Branco, na direção inversa.
A prefeitura também eliminou, desde sexta-feira, mil vagas de estacionamento nas ruas da região.
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Alterações complexas
A mudança viária mais significativa desta etapa da derrubada da Perimetral deve acontecer no dia 8 de fevereiro, quando o Mergulhão da Praça 15 será fechado, e a Avenida Rio Branco, transformada em via de mão dupla exclusiva para ônibus e táxis, da Candelária ao Aterro do Flamengo. “As alterações do dia 8, com o fechamento da Rio Branco para os automóveis, serão mais complexas do que as deste fim de semana”, prevê o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório.
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Antes disso, no dia 1º de fevereiro, ainda há outra mudança na avenida. A mão do trecho da Praça Mauá à Presidente Vargas será invertida, ficando a via com sentido único para o Porto do Rio de Janeiro.
Essas mudanças, anunciadas há uma semana, têm o objetivo de minimizar o impacto da derrubada da Perimetral no trânsito da cidade e dividiram opiniões de especialistas em mobilidade urbana. A professora de Engenharia de Transportes da UFRJ Eva Vider diz que o caos no trânsito será inevitável, mas não há outra maneira de se fazer as obras. “Não tem jeito. O caos em que o trânsito vai se transformar é um mal necessário para melhorar a cidade. Agora, é rezar para o tempo ajudar e as obras andarem bem rápido”, afirmou, sugerindo que a prefeitura deveria incentivar o reescalonamento de horários para diluir os horários de pico.
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Já o professor de Engenharia de transportes da Uerj Alexandre Rojas avalia como ‘temerárias’ as medidas viárias adotadas pela prefeitura para a realização das obras da Perimetral. Ele avalia que a Rio Branco não vai funcionar bem com as novas medidas.
Em relação ao pedido da prefeitura para a população deixar o carro em casa e usar o transporte público ele reclama: “Antes de fazer um pedido como este, tem que oferecer transporte público de qualidade. É só olhar como ficam os trens, o metrô e os pontos de ônibus na hora do rush”, disse.
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