Por marlos.mendes

Alinhada à Política Nacional de Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, que determina investimentos em opções sustentáveis de transporte, diversas cidades do país têm lançado sistemas de aluguel de bicicletas. A última delas foi Brasília, há duas semanas.

Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife estão entre as capitais que já contam com o serviço.
Em grande parte, as bicicletas de aluguel são usadas para lazer, mas, segundo especialistas, elas também podem ser ferramenta importante para melhorar a mobilidade urbana, com integração com outros meios de transporte como metrô, trem, ônibus e BRT (Bus Rapid Transit).

“Mais importante do que se é para lazer ou para trabalho é o fato de mais e mais pessoas utilizarem a bicicleta para se deslocar pela cidade. É bom para a cidade, para o meio ambiente, para a saúde e para o trânsito”, afirma o gerente de Políticas Públicas do ITDP (sigla em inglês para Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento), Pedro Torres.

O Rio foi a primeira cidade a receber o sistema Felipe O'Neill / Agência O Dia

No Rio, por conta das obras na cidade para os Jogos Olímpicos de 2016, com as intervenções para modernizar a região portuária carioca, o aluguel de bicicleta tem ajudado a diminuir os impactos no trânsito causados pela interdição de diversos pontos viários estratégicos da cidade.

Ao todo, a capital fluminense, a primeira a receber o projeto, conta com 80 estações espalhadas por Centro, Zonas Sul e Norte, com 800 bicicletas. Até o fim deste ano, o objetivo é alcançar 260 estações com 2,6 mil bicicletas. A rede será ampliada para Barra da Tijuca, Recreio, Zona Oeste e o bairro da Tijuca, na Zona Norte.

Em Brasília, o serviço começou com dez estações, cada uma com dez bicicletas disponíveis para o uso do público.

Em São Paulo, onde o sistema está em funcionamento há dois anos, já são mais de 610 mil viagens feitas com bicicletas alugadas. Para estimular mais o uso do veículo não motorizado, a prefeitura da cidade planeja investir R$ 80 milhões na implantação de mais de 400 quilômetros de ciclovias segregadas até o fim de 2016.

As vias exclusivas serão localizadas junto aos 150 quilômetros de corredores de ônibus que o governo municipal promete para a mesma época da conclusão do projeto.

Para criar os novos espaços de trânsito de bicicletas, serão eliminadas 40 mil vagas de estacionamento do município. Atualmente, os ciclistas contam com 63 quilômetros de faixas exclusivas.

Usuários usam celular para liberar e devolver bikes

Iniciativa de governos locais em parceria com o Banco Itaú, e desenvolvidas pela empresa Samba Transportes Sustentáveis (Serttel), o sistema de aluguel de bicicletas em funcionamento em Rio, São Paulo, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre é inspirado em modelos já aplicados em cidades como Paris. A operação ocorre por meio de estações inteligentes, interligadas a uma central de operações via conexão sem fio e alimentadas por energia solar, de onde as bicicletas são retiradas e estacionadas.

A locação é permitida a qualquer usuário que tenha cadastro prévio no site (cada local tem seu próprio canal), que pode ser feito gratuitamente. A liberação e entrega é feita com o uso de aplicativo de celular ou por meio do telefone. Os usuários são estimulados a fazer viagens de até uma hora de duração, com planos de pagamentos mensais ou de débito por aluguel.

No Rio, há um plano de R$ 10 por mês no qual o usuário pode fazer quantos aluguéis quiser, desde que cada um não ultrapasse uma hora de duração. O funcionamento do sistema é de 6h às 22h, todos os dias. A empresa dispõe de uma central de monitoramento que auxilia a distribuição das bicicletas e permite que o cliente seja informado, em tempo real, das estações onde há veículos disponíveis e quais estão em funcionamento. As informações estão disponíveis na internet ou poder ser acessadas pelo telefone.

Matéria publicada no Brasil Econômico no dia 16 de junho de 2014

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