Por marlos.mendes
Rio - ‘Estamos aguardando a liberação da sinalização”. A mensagem do metrô, que estressa qualquer um, deverá ser ouvida menos quando o percurso Estácio – Carioca – Praça 15 estiver funcionando. O projeto também vai reduzir os intervalos na Linha 2 à metade, podendo chegar a 2 minutos e 15 segundos nas horas de rush.
As promessas são do secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, que anunciou ontem que o governo pretende começar as obras desse trecho no início de 2017.

“Essa expansão vai trazer um enorme benefício para o sistema. Quem usa a Linha 2 sabe que não cabe mais nenhum passageiro, porque existe um entrelaçamento de trens da Linha 1 com os da Linha 2 na Central, o que impede a redução dos intervalos e a utilização de trens de oito carros (com capacidade para 2.400 pessoas)”, destacou Osorio. “Só de reduzir os intervalos à metade, a capacidade dobra”, frisou.

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Como o metrô que sai da Pavuna entra na Linha 1 a partir da Central e só as estações da Linha 2 são projetadas para veículos maiores, hoje o sistema é operado com trens de seis carros, para 1.800 passageiros. A sobreposição das linhas acontece desde que foi construída a Linha 1A, entre São Cristóvão, Cidade Nova e Central, que acabou com a baldeação no Estácio nos dias úteis, criando uma bifurcação criticada por especialistas. Essa ligação, porém, não vai acabar totalmente.
A estação construída há 34 anos%2C abaixo das plataformas atuais da Carioca%2C será usada na nova extensão da Linha 2 que irá até a Praça 15Estefan Radovicz / Agência O Dia

Com 3,7 km e potencial para agregar 400 mil passageiros por dia, o novo percurso terá as estações Estácio, Catumbi, Cruz Vermelha, Carioca e Praça 15. A do Catumbi deve ficar perto do Sambódromo e do Túnel Martins Sá. As outras duas que restam ser construídas ficarão na Praça da Cruz Vermelha e próximo à estação das barcas na Praça 15. Esta terá uma saída para as barcas e outra para a Avenida Primeiro de Março. A Estação Estácio já está pronta e a Carioca precisa de acabamentos.

Os usuários da Linha 2 terão dois serviços: Pavuna — Praça 15 e Pavuna — Botafogo. O primeiro seguirá o percurso todo pela Linha 2 (Pavuna... São Cristóvão, Estácio, Catumbi, Cruz Vermelha, Carioca, Praça 15) e outro continuará fazendo o trajeto atual (Pavuna... São Cristóvão, Cidade Nova, Central..., até Botafogo). “O passageiro vai chegar mais rápido à Praça 15 do que chega hoje à Carioca, por evitarmos aquela paradinha do metrô antes da Central”, disse o secretário.

A extensão da Linha 2Infografia O Dia

Osorio apresentou ontem a plataforma “secreta” da Estação Carioca, localizada 18 metros abaixo da que é utilizada hoje. A estrutura, construída há 34 anos e até então sem uso, foi mostrada pelo DIA na terça-feira, depois que três amigos visitaram o local e divulgaram fotos na internet. A plataforma foi deixada quase pronta para servir ao trecho entre o Estácio e a Praça 15, previsto desde 1968 no projeto original do metrô.

Orçamento não foi definido
O governo ainda não sabe quanto tempo a linha Estácio - Carioca - Praça 15 vai levar para ficar pronta, nem quanto vai custar. De acordo com o secretário Carlos Osorio, o projeto de engenharia da obra será concluído em agosto de 2016. Só então será possível esclarecer essas questões.
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O estudo, pago pela concessionária MetrôRio ao custo de R$ 25 milhões, vai apontar o prazo e orçamento da obra, o traçado exato do trajeto, o tempo de deslocamento entre as estações e o método construtivo. A ideia é aproveitar os 4.200 funcionários da Linha 4, que será finalizada em 2017.
Ainda serão definidos quais serão os investimentos do estado e da concessionária na obra, que será financiada em parceria público-privada com o MetrôRio. Segundo o governo, a empresa já é licitada para operar o novo trecho.
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Osorio também informou que a estação da Praça 15 será alinhada para uma possível expansão do metrô por baixo da Baía de Guanabara, fazendo a conexão da Praça 15 com a Praça Arariboia, em Niterói, futuramente. Esse projeto também é de 1968.
Já a Linha 3, prometida ligação entre Niterói e São Gonçalo, ainda aguarda recursos do governo federal para sair do papel. O secretário não descarta que ela seja construída junto com a extensão da Linha 2, por depender de outra fonte de financiamento.