Por marlos.mendes
Rio - As cenas de um ônibus da linha 476 (Méier - Leblon), sendo depredado enquanto passava pelo Túnel Rebouças, e que indignaram os cariocas no último dia 14, também significam perdas financeiras para o transporte público. Enquanto o incidente ocorrido no coletivo, que estava lotado na volta da praia, gerou gastos de aproximadamente R$ 5 mil e ainda prejudicou o cidadão - visto que durante a manutenção o veículo foi retirado das ruas - outros casos de vandalismo, ocorridos desde 2001 em todo estado, já somam mais de R$ 116,5 milhões, o equivalente ao preço de uma frota de 291 ônibus com ar-condicionado ou 332 veículos convencionais, ambos ainda sobrando troco. 

E, mesmo com campanhas de conscientização do usuário, práticas violentas contra tal patrimônio vem crescendo, sendo que bateu recorde em 2014: Durante o período, mais de 800 ataques de depredações e incêndios criminosos causaram um rombo de mais de R$ 28 milhões, valor que poderia ser investido na comprar 71 mil coletivos com ar-condicionado, cujo valor da unidade sai a R$ 400 mil (climatizado) ou R$ 350 mil (sem ar condicionado). Já o início de ano, tanto o 476, que teve as janelas arrancadas e terminou com 10 suspeitos detidos, quanto um incêndio criminoso já alcançam o valor da compra de um ônibus tradicional.

Lado esquerdo já estava sem as janelas laterais antes de ser parado pela Polícia MilitarLeitora Thayma Scansetti

A tendência do mau comportamento faz, no mínimo, um ônibus ficar quatro horas na oficina. Para se ter uma ideia, até uma pichação nos bancos se torna um trabalho penoso aos colaboradores que cuidam da restauração. De acordo com o gerente de Operações, Welington Antônio Borges, da viação Redentor, dependendo do tipo de tinta, há necessidade de trocar o próprio assento danificado. "Quanto mais a gente tenta limpar, mais suja e acaba passando para a parte de trás do tecido", detalhou, acrescentando que a estimativa é de que gasto mensal, só com rabiscos em bancos, seja de 1.500 metros de pano. 


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