Por bferreira

Rio - É cada vez maior o número de mulheres que apresentam gestação de alto risco. Esses casos poderiam ser atenuados caso a grávida procurasse desde cedo uma unidade médica para ser orientada nos cuidados que deve tomar nesse período. Não realizar o pré-natal ou fazê-lo incompleto já é considerado alto risco, impossibilitando o médico de atuar de modo eficaz no diagnóstico.

Porém, características específicas denunciam a necessidade de orientação especial, como no caso de uma gestante ainda adolescente ou após os 35 anos; o aumento do peso acima de 1,5 kg por mês ou da pressão arterial; edema (inchaço) acentuado das pernas; perdas sanguíneas e quando a gestação atinge de 40 a 41 semanas. Essas observações contribuiriam para a redução dos casos de morbimortalidade (doenças e mortes que incorrem na grávida e no bebê). A gestante e sua família devem reconhecer estas situações para que possam procurar assistência.

A eclampsia, doença evitável, é grande causa de mortalidade materna e neonatal. Ela se caracteriza pelo aumento da pressão arterial, edema generalizado e convulsões idênticas àquelas observadas na epilepsia. Mas no pré-natal o diagnóstico é feito na sua forma inicial, como uma doença hipertensiva da gravidez que, devidamente tratada, com a paciente seguindo as orientações recomendadas, evita-se desfecho trágico. A infecção puerperal também contribui para esse aumento, e os cuidados de higiene e assepsia, além do uso de antibióticos profiláticos como determinam os protocolos, são bem eficientes.

Mas não podemos esquecer que a capacitação dos profissionais de saúde é de suma importância par diminuir os índices de mortalidade. Para isso, é preciso o engajamento de todos, da família aos profissionais de saúde que recebem esta mãe para garantir um parto seguro. A atitude e a atenção são meios muitas vezes mais eficazes do que o uso de alta tecnologia.

Diretor-técnico do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla

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