Rio - Querido Papa Francisco, o povo brasileiro o espera de braços e coração abertos. Graças à sua eleição, o papado adquire agora um rosto mais alegre.
O senhor incutiu em todos nós renovadas esperanças na Igreja Católica ao tomar atitudes mais próximas ao Evangelho de Jesus. Uma vez eleito, retornou pessoalmente ao hotel de três estrelas em que se hospedara em Roma para pagar a conta; no Vaticano, mora na Casa Santa Marta, alojamento de hóspedes, e não na residência pontifícia, quase um palácio principesco; almoça no refeitório dos funcionários e não admite lugar marcado, variando de mesa e companhias a cada dia; mandou prender o padre diretor do banco do Vaticano, envolvido em falcatrua de 20 milhões de euros.
Um Brasil diferente o espera. Como se Deus, para abrilhantar ainda mais a Jornada Mundial da Juventude, tivesse mobilizado os nossos jovens que, nas últimas semanas, inundam nossas ruas, expressando sonhos e reivindicações. Sobretudo, a esperança em um Brasil e um mundo melhores.
Tomara que o seu pontificado represente o início de um novo tempo para a Igreja Católica. Uma Igreja que dialogue sem arrogância com as diferentes tradições religiosas, abra-se aos avanços da ciência, assuma o seu papel profético e, em nome de Jesus, denuncie as causas da miséria, das desigualdades sociais, dos fluxos migratórios, da devastação da natureza.
Os jovens esperam da Igreja uma comunidade alegre, sem luxos, capaz de refletir a face do Jovem de Nazaré. Bem-vindo ao Brasil, Papa Chico! Se os argentinos merecidamente se orgulham de ter um patrício como sucessor de Pedro, saiba que aqui todos nos contentamos em saber que Deus é brasileiro!
Escritor, autor de ‘Um homem chamado Jesus’ (Rocco)