Por bferreira

Rio - Das manifestações de ruas, há unanimidade em um ponto: o transporte público realmente é muito caro e ruim. Há décadas se convive com esse problema real – de difícil solução, é verdade – sem os governos se darem conta de que uma hora vai explodir. Além de legitimar a manifestação, dialogar e abrir novos espaços de participação, é necessário dar soluções urgentes enquanto se abre a caixa-preta das planilhas de custos e receitas das empresas de ônibus através das CPIs.

De acordo com a composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, as tarifas de ônibus no estado consomem enorme fatia do orçamento das famílias com renda de até cinco salários mínimos. Dependendo da cidade, pode chegar a quase 10% do orçamento.

Em Niterói, os usuários de ônibus, além de penar no trânsito caótico, pagam, relativamente, o preço da passagem mais cara do Brasil. O trabalhador que se desloca por menos de três quilômetros, da Ponta da Areia ou do Ingá, até o Centro da cidade, paga o mesmo valor que um passageiro no Rio desembolsa, por exemplo, para sair de Campo Grande e trabalhar no Centro, percorrendo uma distância 10 vezes maior.

O ‘Programa Transporte Público Cidadão’, cujo projeto acabo de apresentar na Câmara Municipal, é um modelo que se provou eficaz em algumas cidades. Em Campos e Angra dos Reis, já atende a centenas de milhares de pessoas cadastradas com passagem a R$ 1.

A se deduzir que as manifestações, com participação em sua maioria de jovens de classe média, sejam também em defesa dos que têm menor poder aquisitivo, é justo então que se faça pelo menos por estes. Este é o espírito do programa de passagem social a R$ 1. Um projeto de transferência de renda com importante reflexo no comércio e outros setores da economia. Se não resolve tudo, pelo menos é uma solução que está ao alcance.

Vereadora de Niterói pelo PSD

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