Por adriano.araujo

Rio - Para entendê-los, temos de fazer uma ressonância político-magnética. A bancada da terra, por exemplo, é uma das mais fortes, formada por proprietários de grandes latifúndios, produtores rurais e empresas que atuam junto ao agronegócio. Esta bancada apresenta deputados e senadores em todos os partidos.

A bancada da toga é historicamente forte, seja pela estrutura da República, seja pela necessidade de legisladores que conheçam o direito internacional e constitucional. Os emaranhados legais existentes partem das casas legislativas, e lá os ‘togados’ dão as cartas.

A bancada do jaleco branco e do bisturi, conjugando-se com as associações de classe, tem invejável força. Muito maior que a bancada da pá e da picareta, que reuniria engenheiros. Por isso, importar engenheiros e técnicos não tem a mesma repercussão que trazer médicos.

A bancada da bíblia ultrapassa as religiões. Em partidos diferentes, pastores, médiuns e sacerdotes têm posições definidas em relação a questões de moral e ética, mesmo contra a vontade das lideranças partidárias.

A bancada da pá e da picareta, formada por engenheiros e técnicos da área da construção, aliados aos arquitetos, tem um olho no orçamento e nas emendas parlamentares e outro nas licitações de obras espalhadas pelo país. Não importa o partido político.

Os verdes, muitas vezes chamados de ‘ecochatos’ — e estou certo de que esta pecha está errada —, estribam-se na realidade de a Terra estar levando um ano e meio para repor o que a humanidade tira dela em um ano.

As demais representações não fazem verão. São poucos e se restringem às defesas dos direitos das minorias. Tudo parece mais claro mediante uma análise da ressonância político-magnética do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas.

Hamilton Werneck é pedagogo e escritor

Você pode gostar