Por bferreira

Rio - No início deste mês, um jornal do Rio de Janeiro publicou reportagem sobre as escolas que herdaram nomes da ditadura, informando que existem em todo o país 3.135 unidades do Ensino Básico, na rede pública, que receberam nomes de presidentes do Brasil (entre eles 976 homenageando os cinco ditadores do regime militar). Fiquei espantadíssimo ao verificar que, em toda a matéria, o nome de Juscelino Kubitschek de Oliveira não foi lembrado, nem mencionado, uma só vez.

Em seus cinco anos de governo, de 1956 a 1961, além de construir e inaugurar uma cidade como Brasília, onde nada existia, na solidão do Planalto Central — contribuindo, assim, decisivamente, para povoar e desenvolver toda a imensa área do interior do nosso país —, JK implantou as indústrias automobilística e naval, construiu grandes usinas hidrelétricas e siderúrgicas, rasgou o território brasileiro em todas as direções com estradas pavimentadas e desenvolveu os mais diversos setores da economia, através do seu Plano de Metas.

A transferência da capital para o centro do país era um sonho acalentado desde os tempos da Independência. Juscelino fez tudo isso mantendo firmemente a liberdade e a democracia. Não concordou em mudar a Constituição para ser reeleito, mas pensou em se candidatar novamente em 1965, para completar sua gigantesca obra, desenvolvendo a agricultura e construindo ferrovias. Foi cassado pelos ditadores e não realizou este novo sonho. Considerado por mim e por milhões de brasileiros como o melhor presidente que o Brasil teve, JK já é, ao lado de Pedro Álvares Cabral, Tiradentes, D. Pedro I e D. Pedro II, um dos maiores vultos da história.

Arquiteto e escritor. Autor do livro ‘Corcovado — A conquista da montanha de Deus’

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