Por bferreira

Rio - No Rio, as forças de segurança têm sido colocadas à prova por radicais, a serviço de grupos políticos interessados nas eleições de 2014 – o que tem afastado muitas pessoas das ruas, mesmo tendo motivos de sobra para protestar. Além do bombardeio de agressões e coquetéis molotov, nossos policiais, que há meses têm sido exigidos até o limite físico-mental do ser humano, ainda são submetidos a um regulamento disciplinar arcaico.

A desmotivação da tropa em agir, por receio do militar de se ver preso por questões meramente administrativas, sem que seja sequer ouvido sobre o fato, pode colaborar para o aumento nos índices de criminalidade – só não enxerga quem não quer. Esse contexto tem provocado questionamentos que podem levar a conclusões temerárias. Defende a desmilitarização de instituições de segurança quem sempre as teve como inimigas e como obstáculo a seus planos sombrios – um sinal de que tais mudanças não devem ocorrer.

Contudo, passa a ser preocupante quando esse discurso fácil encontra eco em parte da tropa. Acreditam alguns, equivocadamente, que arbitrariedades sofridas, eventualmente, no dia a dia, dentro dos quartéis, se devem ao militarismo. Mas ser preso e ficar dias longe da família, por estar sem cobertura ou por chegar atrasado ao trabalho, é culpa de quem ainda acredita que superioridade hierárquica consiste em tratar o subordinado como cidadão de segunda categoria.

É preciso manter a hierarquia e a disciplina, mas respeitando os direitos dos militares como cidadãos que são. A valorização da carreira militar se faz com bons salários e com prerrogativas, como estabilidade aos três anos de serviço, substituição das prisões disciplinares por outras punições, manutenção dos proventos dos inativos que venham a ser excluídos e regulamentação do direito de opinião, inclusive nas redes sociais.

Deputado estadual (PP-RJ)

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