Por bferreira

Rio - O mau uso dos royalties pelos prefeitos costuma ser explorado pelos políticos que tentam romper contratos, rasgar o pacto federativo e surrupiar os estados produtores de petróleo. O argumento é covarde, pois usa a miopia de administradores para punir a população, subtraindo-lhe recursos e direitos. Por outro lado, serve de reflexão aos homens públicos aos quais a população confia seu voto, diante da oportunidade de contribuir para mudar a história do país.

A maior vítima dos brasileiros que tomaram as ruas este ano foi a aprovação da lei que destina 75% dos royalties do pré-sal para a Educação — e de 25% para a Saúde. Evitou-se, assim, que os ovos de ouro virassem pó, migalhas sem rumo e nexo. O sentido de indenizar produtores de petróleo é exatamente o de compensar os efeitos maléficos da exploração e preparar seus cidadãos para a finitude do recurso. Nenhum investimento pode ser mais sustentável do que a educação de qualidade.

Será uma pena se essa oportunidade única for desperdiçada pela incapacidade dos governantes de formularem projetos de fôlego para a educação. Seminário da FGV em parceria com O DIA reuniu na semana passada políticos e servidores públicos para discutir o desafio.

Iniciativas como esta devem se multiplicar, pois a carência de investimentos em Educação é bem maior do que a qualidade das políticas públicas locais para valorizar o setor. Quando o dinheiro chegar, os prefeitos devem estar prontos para utilizá-lo da melhor forma possível no resgate da dignidade e da qualidade do ensino público.

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