Por bferreira

Rio - O Superior Tribunal de Justiça avançou rumo a uma reparação há anos ansiada por milhares de brasileiros. Em votação parelha e decidida no voto de Minerva de Félix Fischer, a Corte Especial entendeu que os bancos devem pagar 21 anos de correção monetária a poupadores lesados com a sucessão de planos econômicos malsucedidos, como Collor e Bresser. A angústia dos donos de cadernetas, porém, continua até que o Supremo decida a legalidade do pagamento — mas o voto do STJ dá esperança aos demandantes.

O caso deve ser analisado com bastante cautela, pois gera uma conta faraônica a ser paga, e obviamente ninguém assumiria a dívida de bom grado. A aprovação de ontem deu o tom da apreensão. As ações dos bancos na Bovespa caíram, e os bancos, inclusive públicos, perderam valor. Não é exagero alertar que instituições podem quebrar se a conta cair da noite para o dia.

Por outro lado, a pendência não pode se arrastar por décadas. O numerário de perdas de poupadores não é de bônus ou benesses. Exatamente por isso, a Justiça precisa olhar com atenção. O dinheiro das correções das cadernetas significaria um alívio para muitos brasileiros — mas não pode causar um problema bem maior para todos. Questão: quem vai pagar essa conta?

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