Por thiago.antunes

Rio - O incômodo hábito do brasileiro de se deixar tudo para a última hora é observado até nas altas esferas do poder. A leniência das prefeituras dos municípios do Grande Rio pode desperdiçar uma providencial verba do governo federal com vistas à mobilidade urbana. Como O DIA mostrou ontem, somente quatro das 21 secretarias de Transporte têm levantamentos de acordo com o plano nacional que está reservando quase R$ 4 bilhões. Prefeitos têm até o dia 15 de abril para apresentar as propostas, mas, pelo andar da carruagem, dificilmente até lá se produzirá algo de concreto para virar realidade.

Este espaço reiteradas vezes alertou para a necessidade imperiosa de tocar projetos de transporte de massa na Região Metropolitana. Calcado maciçamente nos modais rodoviários, o deslocamento de quem mora na Baixada e trabalha na capital é um martírio de duas horas por trecho. Em condições normais, Via Dutra, Washington Luís e Avenida Dutra já apresentam fluxo intenso. Qualquer acidente de pequena monta significa o travamento total.

O Plano Nacional da Mobilidade Urbana prioriza justamente o transporte não motorizado. É fato que o Grande Rio poderia fazer melhor uso dos trens e pensar em alternativas. Verba existe; há apenas que justificar o bom uso dela, e para tal restam dez meses. Não é inteligente deixar passar essa oportunidade de melhorar a vida de milhões de pessoas.

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